Saiba por que a escola também é lugar de cuidar da saúde das crianças

Entenda como a escola pode ajudar a identificar o sobrepeso infantil de forma respeitosa, educativa e eficaz.

O tempo que a criança passa na escola é valioso

Sabia que as crianças passam cerca de 30% do dia na escola? Isso faz desse espaço um lugar importante para observar a saúde, os hábitos e o crescimento dos pequenos (1).

Professores, merendeiras, coordenadores e outros adultos da escola podem perceber mudanças que nem sempre aparecem nas consultas de rotina.

Programas que ajudam a cuidar

No Brasil, temos o Programa Saúde na Escola (PSE):

  • Criado em 2007
  • Junto dos Ministérios da Saúde e da Educação
  • Avalia peso e altura das crianças nas escolas públicas (2)

📊 Esse tipo de avaliação consegue encontrar até 25% mais casos de sobrepeso do que só no posto de saúde (3).

Lá fora, também há programas que funcionam, como:

  • Let’s Move! Active Schools (EUA)

EPODE (Europa): conseguiu reduzir em 10% o sobrepeso infantil (4)

Os professores são grandes aliados

Com orientação certa, os educadores conseguem identificar:

  • Cansaço nas aulas de educação física
  • Mudanças na silhueta corporal
  • Isolamento nas brincadeiras
  • Comentários negativos sobre o corpo

👩‍🏫 Professores treinados percebem essas mudanças antes mesmo dos exames (6)

Cursos simples que explicam como observar e como conversar com as famílias aumentam em 40% as chances de detectar o risco de obesidade (7).

Medir e acompanhar: como fazer?

A escola pode usar:

  • Balança e estadiômetro calibrados
  • Técnicas padronizadas para medir
  • Registros organizados
  • Apoio de profissionais de saúde para interpretar os resultados

📈 Acompanhar o crescimento a cada 6 meses é o ideal. Isso permite agir cedo, antes que o sobrepeso se instale (8).

Quando isso é feito direitinho, a obesidade pode cair até 15% em 3 anos (9).

Trabalhar junto com a saúde

Para dar certo, a escola precisa estar conectada com os postos de saúde. É assim que funciona:

🔁 A escola mede e observa → comunica com a UBS → a criança é acompanhada por médico e nutricionista.

O PSE já faz isso, ligando escolas com as equipes da Estratégia Saúde da Família (11).

📆 Reuniões periódicas entre professores e profissionais de saúde ajudam muito na hora de planejar o cuidado.

Fazer tudo com respeito e cuidado

⚠️ Identificar o sobrepeso NÃO deve virar motivo de bullying ou vergonha.

Crianças que sofrem preconceito por causa do peso podem desenvolver:

  • Ansiedade
  • Tristeza
  • Transtornos alimentares (12)

Como evitar isso?

  • Medir em espaço reservado
  • Falar com os pais, não com a criança
  • Nunca comentar peso na frente dos colegas
  • Usar linguagem neutra, sem julgamento
  • Focar a saúde e bons hábitos, não o peso

✅ Quando tudo é feito com cuidado, os pais aprovam e colaboram (14).

🧬 O que aprendemos hoje?

  • A escola é lugar ideal para acompanhar a saúde das crianças
  • Programas como o PSE ajudam a identificar cedo casos de sobrepeso
  • Professores e profissionais de saúde devem trabalhar juntos
  • Avaliar com cuidado é essencial para não causar sofrimento

Aqui no Clube da Saúde Infantil, a gente acredita: crescer com saúde é mais legal!

📚 Referências Bibliográficas

  1. Ministério da Saúde (BR). Caderno do gestor do PSE. Brasília: MS; 2015.
  2. Silva ACA, et al. Conhecimentos e práticas de professores. Ciência Coletiva. 2020.
  3. Ministério da Saúde (BR). Relatório PSE 2018-2019. Brasília: MS; 2020.
  4. Borys JM, et al. EPODE para prevenção da obesidade. Obes Rev. 2012.
  5. SBP. Obesidade na infância. São Paulo: SBP; 2019.
  6. Schroeder K, et al. Enfermeiros escolares e obesidade. J Sch Nurs. 2016.
  7. Budd GM, Volpe SL. Prevenção escolar da obesidade. J Sch Health. 2006.
  8. WHO. Growth reference data. Geneva: WHO; 2007.
  9. Bleich SN, et al. Intervenções contra obesidade infantil. Lancet Diabetes Endocrinol. 2018.
  10. Langford R, et al. Escolas promotoras da saúde. Int J Behav Nutr Phys Act. 2015.
  11. Ministério da Saúde (BR), MEC (BR). Caderno temático PSE: Nutrição. Brasília: MS; 2018.
  12. Puhl RM, Latner JD. Estigma e obesidade infantil. Psychol Bull. 2007.
  13. SBP. Consenso sobre prevenção da obesidade. São Paulo: SBP; 2018.
  14. Ruggieri DG, Bass SB. Avaliação de IMC nas escolas. J Sch Health. 2015.