O que é sobrepeso e obesidade infantil? Entenda a diferença e os riscos

O que é sobrepeso e obesidade infantil e por que a identificação precoce faz toda a diferença na saúde das crianças.

O que é o Índice de Massa Corporal? 

Sobrepeso e obesidade infantil são condições em que a criança está com mais gordura corporal do que o ideal para sua idade e altura. Isso pode causar vários problemas de saúde, tanto agora quanto no futuro.

Para saber se a criança está com sobrepeso ou obesidade, os profissionais de saúde usam uma medida chamada IMC (Índice de Massa Corporal). O IMC compara o peso com a altura da criança e mostra se está dentro do esperado.

Vamos olhar pra isso mais de perto?

Como os médicos classificam o peso das crianças?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem regras claras:

  • Para crianças menores de 5 anos: é sobrepeso quando o peso para a altura é maior que 2 desvios-padrão. É obesidade quando passa de 3 desvios-padrão.
  • Para crianças de 5 a 19 anos: é sobrepeso quando o IMC está entre +1 e +2 desvios-padrão. É obesidade quando passa de +2.

Esses valores funcionam como alertas. Mesmo que a criança pareça “saudável”, esses números mostram um risco aumentado.

Qual a diferença entre sobrepeso e obesidade infantil?

O sobrepeso é um estágio inicial: a criança está acima do peso, mas ainda sem grandes complicações. Já a obesidade é um grau mais avançado, com mais gordura no corpo e maior risco de problemas como:

  • Pressão alta
  • Diabetes tipo 2
  • Colesterol alto
  • Problemas para dormir e brincar

Quanto maior o IMC, maior o risco. Por isso, é importante agir cedo!

Situação atual no Brasil

No Brasil, cada vez mais crianças estão acima do peso. Dados do IBGE mostram que:

  • 1 em cada 3 crianças entre 5 e 9 anos já tem sobrepeso.
  • 1 em cada 6 já tem obesidade.

E isso acontece em todas as regiões do país, tanto em famílias ricas quanto nas mais simples.

Como o sobrepeso vira obesidade?

Sem mudanças nos hábitos, é comum que o sobrepeso evolua para obesidade. Alguns fatores que aceleram isso:

  • Pais com obesidade
  • Bebê que ganha muito peso rápido
  • Criança que assiste a muita tela e brinca pouco
  • Alimentação rica em ultraprocessados

Existem fases críticas, como o primeiro ano de vida e a puberdade, em que o corpo está mais sensível a esses fatores.

Os cuidados mudam com a idade

As formas de avaliar o peso mudam com a idade da criança:

  • De 0 a 2 anos: usa-se peso por comprimento
  • De 2 a 5 anos: começa-se a usar o IMC por idade
  • De 6 a 10 anos: o IMC é comparado com curvas específicas
  • De 10 a 19 anos: também se considera o desenvolvimento da puberdade

Cada fase exige um olhar diferente. Por isso, é importante fazer o acompanhamento com profissionais.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • O IMC ajuda a identificar quando a criança está com sobrepeso ou obesidade.
  • O sobrepeso pode evoluir para obesidade se não houver mudanças nos hábitos.
  • A avaliação do peso deve considerar a idade e o momento do desenvolvimento da criança.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!

📚 Referências Bibliográficas

  1. World Health Organization. WHO Child Growth Standards: Methods and development. Geneva: WHO; 2006.
  2. Sociedade Brasileira de Pediatria. Obesidade na infância e adolescência – Manual de Orientação. São Paulo: SBP; 2019.
  3. de Onis M, Onyango AW, Borghi E, Siyam A, Nishida C, Siekmann J. Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bull World Health Organ. 2007;85(9):660-7.
  4. Centers for Disease Control and Prevention. Defining Childhood Obesity. Atlanta: CDC; 2018.
  5. Lobstein T, Baur L, Uauy R. Obesity in children and young people: a crisis in public health. Obes Rev. 2004;5(Suppl 1):4-85.
  6. Skinner AC, Perrin EM, Moss LA, Skelton JA. Cardiometabolic risks and severity of obesity in children and young adults. N Engl J Med. 2015;373(14):1307-17.
  7. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.
  8. Ministério da Saúde. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Brasília: MS; 2020.
  9. Bloch KV, Klein CH, Szklo M, Kuschnir MCC, Abreu GA, Barufaldi LA, et al. ERICA: prevalências de hipertensão arterial e obesidade em adolescentes brasileiros. Rev Saúde Pública. 2016;50(Suppl 1):9s.
  10. Singh AS, Mulder C, Twisk JW, van Mechelen W, Chinapaw MJ. Tracking of childhood overweight into adulthood: a systematic review of the literature. Obes Rev. 2008;9(5):474-88.
  11. Whitaker RC, Wright JA, Pepe MS, Seidel KD, Dietz WH. Predicting obesity in young adulthood from childhood and parental obesity. N Engl J Med. 1997;337(13):869-73.
  12. Rolland-Cachera MF, Deheeger M, Maillot M, Bellisle F. Early adiposity rebound: causes and consequences for obesity in children and adults. Int J Obes. 2006;30(Suppl 4):S11-7.
  13. Ministério da Saúde. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde. Brasília: MS; 2011.
  14. Sociedade Brasileira de Pediatria. Avaliação nutricional da criança e do adolescente – Manual de Orientação. São Paulo: SBP; 2018.
  15. Rogol AD, Roemmich JN, Clark PA. Growth at puberty. J Adolesc Health. 2002;31(6 Suppl):192-200.
  16. Conde WL, Monteiro CA. Body mass index cutoff points for evaluation of nutritional status in Brazilian children and adolescents. J Pediatr (Rio J). 2006;82(4):266-72.