Descubra as consequências emocionais da obesidade infantil e como acolher a criança

A obesidade infantil também afeta as emoções, autoestima e relações familiares. Entenda os sinais e como ajudar a criança a se sentir melhor.

A obesidade infantil afeta muito mais do que o corpo

Muita gente acha que os problemas da obesidade infantil estão só no corpo. Mas a verdade é que o excesso de peso também afeta a mente, o coração e os sentimentos das crianças.

Crianças com obesidade enfrentam não só o bullying, mas também tristeza, insegurança e até dificuldades nas relações com a família e os amigos.

Entenda por que esse peso invisível aparece no dia a dia da criança.

Como a criança se sente com o próprio corpo?

Desde pequenas, muitas crianças com obesidade já se sentem diferentes. Algumas não conseguem entender bem o que estão sentindo. Outras confundem tristeza com fome.

🧠 Isso tem nome: alexitimia. É quando a criança tem dificuldade de reconhecer e falar sobre as emoções.

📊 Estudos mostram que quase 1 em cada 3 crianças com obesidade sente isso (1).

Muitas também se olham no espelho e não gostam do que veem. Mesmo com 6 anos, já dizem que queriam ser mais magras (2). Isso pode prejudicar o jeito como formam a própria identidade e autoestima.

E em casa, como é?

A forma como a família se relaciona com a criança influencia muito.

📌 Em muitas famílias, há dificuldade de entender os sinais de fome e saciedade da criança.

📌 Às vezes, os pais usam comida como recompensa ou para consolar.

📌 Algumas crianças com obesidade sentem que seus pais ficam muito preocupados com seu corpo, mas não falam com clareza sobre isso.

Essas relações familiares podem gerar ainda mais ansiedade e insegurança emocional.

E quando tristeza e ansiedade não são tão fáceis de ver?

Nem sempre uma criança com depressão vai ficar chorando. E nem toda criança ansiosa diz que está com medo.

⚠️ Muitas vezes, os sinais aparecem como:

  • Dor de barriga frequente
  • Fadiga sem explicação
  • Vontade de evitar amigos ou passeios
  • Perda de interesse em algumas brincadeiras

Esses sintomas são comuns em crianças com obesidade e podem indicar sofrimento psicológico (9, 10).

Como ajudar a criança a se sentir melhor?

A boa notícia é que é possível cuidar da saúde emocional da criança!

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos em soluções com carinho, paciência e respeito. Veja algumas dicas:

🧠 Trabalhar as emoções

  • Incentivar a criança a falar sobre o que sente
  • Fazer atividades como desenho ou histórias para expressar os sentimentos

💬 Melhorar o diálogo em casa

  • Evitar críticas ao corpo
  • Focar a saúde e não o peso
  • Criar momentos de convivência nas refeições

🧘 Buscar apoio profissional quando necessário

  • Psicólogos infantis podem ajudar a desenvolver autoestima e autoconhecimento

Terapias como o mindfulness (atenção plena) funcionam muito bem com crianças

🧬 O que aprendemos hoje?

  • A obesidade infantil afeta não só o corpo, mas também a autoestima, as emoções e os relacionamentos da criança.
  • Tristeza, ansiedade e insegurança podem estar presentes mesmo quando não são facilmente visíveis.
  • Com escuta, acolhimento e apoio profissional, é possível fortalecer a saúde emocional da criança e ajudar no seu bem-estar.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!

📚 Referências Bibliográficas

  1. Martins BG et al. J Pediatr Psychol. 2020;45(8):906-918.
  2. Tatangelo G et al. Body Image. 2016;18:86-95.
  3. Moreno-Lopez L et al. Brain Imaging Behav. 2021;15(3):1312-1323.
  4. Puhl RM, Himmelstein MS. Curr Obes Rep. 2018;7(2):175-182.
  5. Anderson SE et al. Pediatrics. 2012;129(1):132-140.
  6. Berge JM et al. Pediatrics. 2017;140(6):e20172295.
  7. Ventura AK, Birch LL. Int J Behav Nutr Phys Act. 2008;5:15.
  8. Esposito M et al. Neuropsychiatr Dis Treat. 2014;10:1897-1902.
  9. Aparicio E et al. Nutr Res Rev. 2016;29(1):17-29.
  10. Sutaria S et al. Arch Dis Child. 2019;104(1):64-74.
  11. Tully LA et al. Health Psychol. 2022;41(5):317-329.
  12. O’Reilly GA et al. Obes Rev. 2014;15(6):453-461.
  13. Gerards SM et al. Int J Pediatr Obes. 2011;6(2-2):e28-45.