O que a merenda escolar tem a ver com o aprendizado?
Políticas públicas como o PNAE ajudam no combate à desnutrição infantil e melhoram o desempenho escolar. Veja os desafios e soluções para o Brasil.

Alimentação na escola: muito além da merenda
No Brasil, muitas crianças recebem pelo menos uma refeição por dia na escola. Essa refeição faz parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que começou em 1955 e hoje atende mais de 40 milhões de estudantes por dia.
Além de ajudar as crianças a se alimentarem melhor, o PNAE também melhora o aprendizado. Estudos mostram que onde o programa funciona bem, os alunos faltam menos às aulas e aprendem mais, especialmente nos primeiros anos do ensino fundamental.
👉 Uma boa alimentação ajuda a criança a se concentrar, a ter energia e a se desenvolver melhor na escola.
No entanto, nem todas as escolas têm estrutura suficiente. Faltam nutricionistas, cozinhas adequadas e, muitas vezes, os cardápios não atendem bem às necessidades das crianças.
Renda, alimentação e educação andam juntas
Programas como o Bolsa Família, hoje chamado de Auxílio Brasil, também ajudam. Com mais renda, as famílias conseguem comprar mais comida. Mas é importante lembrar que só aumentar a renda não garante uma alimentação saudável. É preciso orientar as famílias sobre como oferecer alimentos nutritivos para as crianças.
Outra dificuldade é que os programas muitas vezes são organizados por áreas diferentes do governo (saúde, educação, assistência social) e não conversam entre si. Isso pode fazer com que crianças com desnutrição não sejam identificadas a tempo e fiquem sem ajuda.
Exemplos que deram certo
Outros países mostram que é possível fazer diferente. No Chile, por exemplo, o programa escolar inclui avaliação nutricional regular e encaminhamento imediato para a saúde quando necessário.
No México, um programa chamado Prospera conseguiu reduzir a anemia e melhorar as notas dos alunos após três anos de ações combinadas.
E na Finlândia, todas as crianças têm acesso a alimentação saudável na escola, com apoio de profissionais de saúde e educação juntos. Lá, o investimento é maior, mas o retorno para o país também é alto.
O que pode melhorar no Brasil?

Segundo o Banco Mundial, cada real investido em alimentação escolar de qualidade pode render até 7 reais de retorno para o país, em forma de saúde, aprendizado e produtividade no futuro.
Algumas propostas que podem ajudar:
- Ter um sistema nacional para acompanhar o crescimento das crianças nas escolas;
- Garantir a presença de nutricionistas nas escolas públicas;
- Criar protocolos para identificar e cuidar de crianças com desnutrição;
- Capacitar professores para reconhecer sinais de má alimentação;
- Unir ações de saúde, educação e assistência social com um plano conjunto.
O exemplo de Sobral (CE) mostra que isso é possível. Lá, as escolas avaliam a nutrição dos alunos duas vezes por ano e fazem encaminhamento para profissionais de saúde quando necessário. Em dois anos, a anemia caiu 42% e o desempenho escolar subiu 23%.
👉 Investir em alimentação e educação é uma das melhores formas de garantir um futuro mais saudável e justo para todas as crianças.
🧬 O que aprendemos hoje?

- A alimentação escolar vai além da merenda: ela apoia o aprendizado, reduz faltas e melhora o desenvolvimento das crianças.
- Quando há integração entre saúde, educação e assistência social, os programas de nutrição funcionam melhor e ajudam a identificar casos de desnutrição mais cedo.
- Investir em alimentação escolar de qualidade traz retorno para o país — em saúde, educação e produtividade futura.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!