Gripe ou asma? Saiba como os médicos diferenciam os sintomas
Tosse, chiado e febre? Entenda as diferenças entre asma e gripe, quais exames ajudam no diagnóstico e como é feito o tratamento em cada caso.

Como saber se é asma ou gripe?
Tosse, falta de ar, febre… será que é asma ou gripe? Essas duas doenças podem ter sintomas parecidos, mas são bem diferentes no tratamento e no cuidado. Nesta parte, vamos entender como os profissionais de saúde fazem o diagnóstico e como os exames ajudam nessa escolha.
Exames para diagnosticar a asma
A asma é uma doença crônica. Para saber se uma criança tem asma, o exame mais usado é a espirometria, que mede o ar que a pessoa consegue soltar dos pulmões. É um teste simples e ajuda a ver se há dificuldade na respiração.
Se o resultado não mostrar nada fora do normal, mas ainda há suspeita de asma, pode-se fazer outro teste com medicamentos que provocam uma leve reação nos pulmões. Isso mostra se os brônquios são mais sensíveis — algo comum em quem tem asma.
Outro exame possível é o pico de fluxo expiratório. Ele mostra variações na respiração durante o dia e ajuda a confirmar o diagnóstico, especialmente em locais onde não há espirometria.
👉 A espirometria é muito importante, mas o médico sempre precisa avaliar junto com os sintomas da criança.
Como saber se é gripe? Quais são os testes?
A gripe é causada por um vírus. Por isso, o diagnóstico é muitas vezes clínico, ou seja, feito com base nos sintomas como febre alta, cansaço, dor no corpo e tosse.
Mas em alguns casos, é preciso confirmar com exames. O mais preciso é o teste molecular RT-PCR, que identifica o vírus da gripe. Esse exame tem alta confiança, mas nem sempre está disponível.
Existem também os testes rápidos, que dão resultado em poucos minutos. Eles são muito usados em prontos-socorros, mas podem ter menor precisão.
👉 Mesmo com exames, o mais importante é observar os sintomas e o histórico da criança.
E no Brasil? Tem esses exames no SUS?
Nem sempre. Em muitas cidades, principalmente nas pequenas, a espirometria e os testes para gripe não estão disponíveis. Isso pode dificultar o diagnóstico, então os médicos usam outros recursos: o histórico da criança, os sintomas, se há melhora com medicamentos específicos e se já houve crises anteriores.
Em emergências, os profissionais podem pedir exames rápidos, quando disponíveis, ou radiografias para ver se há infecção no pulmão. Em hospitais maiores, os exames são mais completos.
Novas formas de diagnóstico: o que vem por aí?
Alguns exames novos estão sendo testados para ajudar a diferenciar asma e gripe. Um deles mede o óxido nítrico que sai pela respiração, usado para saber se há inflamação típica da asma. Outros testes avaliam marcadores do sangue e substâncias produzidas durante infecções.
Esses exames ainda não estão disponíveis em toda parte, mas prometem ajudar muito no futuro.
O que os profissionais fazem em cada lugar?
- Nas unidades de saúde (postos): observam os sintomas, escutam a história da criança e avaliam a resposta aos medicamentos.
- Nos prontos-socorros: agem rápido para aliviar os sintomas, pedem exames rápidos se for preciso.
- Nos hospitais especializados: fazem exames mais detalhados, especialmente nos casos difíceis.
- Na telemedicina: médicos ajudam a avaliar casos à distância, dando apoio aos profissionais de locais com menos recursos.
🧬 O que aprendemos hoje?

- A asma é diagnosticada com testes respiratórios como a espirometria, sempre avaliados junto com os sintomas da criança.
- A gripe costuma ser identificada pelos sintomas, mas exames como o RT-PCR e os testes rápidos podem confirmar o diagnóstico.
- Em muitas regiões do Brasil, o diagnóstico é feito com base na escuta atenta e na experiência dos profissionais — e isso também salva vidas.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!
📚 Referências Bibliográficas
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