Mudanças climáticas e saúde respiratória: O que os pais precisam saber

Mudanças climáticas pioram a asma infantil: mais poluentes, mais alérgenos. Entenda os riscos e como se proteger.

Mecanismos Biológicos: Como as Mudanças Climáticas Afetam o Sistema Respiratório

As mudanças climáticas estão agravando a qualidade do ar e aumentando a exposição a poluentes e alérgenos. Essas mudanças afetam diretamente o sistema respiratório infantil, aumentando os riscos de crises de asma e problemas respiratórios crônicos (1).

👉 A combinação de poluição atmosférica, aumento da temperatura e maior concentração de alérgenos cria um cenário perigoso para crianças asmáticas.

Poluentes Atmosféricos e Asma Infantil

Poluentes como material particulado fino (PM2.5), ozônio e dióxido de nitrogênio são os principais responsáveis pelo agravamento da asma infantil. Eles penetram profundamente nos pulmões, causando inflamação e aumentando a produção de muco (2).

Estudos mostram que crianças expostas a níveis elevados de poluentes têm maior risco de desenvolver asma e apresentar crises mais frequentes. Um aumento de 1°C na temperatura média está associado a um aumento de 2,1% na prevalência de asma em crianças brasileiras (3).

Impacto da Temperatura e Alérgenos

O aumento da temperatura prolonga a estação de pólen e intensifica a liberação de alérgenos, como pólen e esporos de fungos. Essas partículas podem desencadear crises de asma em crianças já sensibilizadas (4).

Além disso, os poluentes atmosféricos podem modificar a estrutura das proteínas alergênicas, tornando-as mais potentes e aumentando o risco de sensibilização alérgica (5).

Alterações Pulmonares e Desenvolvimento Infantil

O sistema respiratório das crianças está em desenvolvimento até a adolescência, o que as torna mais vulneráveis aos efeitos dos poluentes. A exposição precoce a poluentes pode reduzir o crescimento pulmonar em até 10%, causando danos que podem persistir até a vida adulta (6).

👉 O impacto da poluição atmosférica no desenvolvimento pulmonar infantil pode criar um déficit funcional permanente, dificultando o controle da asma na adolescência e na vida adulta.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • As mudanças climáticas estão intensificando a exposição a poluentes e alérgenos, agravando a asma infantil e elevando o risco de crises respiratórias.
  • A poluição atmosférica, aliada ao aumento das temperaturas, afeta diretamente o sistema respiratório em desenvolvimento, podendo comprometer o crescimento pulmonar das crianças.
  • A combinação de poluentes e alérgenos mais potentes torna o controle da asma mais difícil e reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à proteção ambiental e à saúde infantil.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!

📚 Referências Bibliográficas

  1. Papi A, Brightling C, Pedersen SE, Reddel HK. Asthma. Lancet. 2018;391(10122):783-800.
  2. Li N, Hao M, Phalen RF, Hinds WC, Nel AE. Particulate air pollutants and asthma: a paradigm for the role of oxidative stress in PM-induced adverse health effects. Clin Immunol. 2003;109(3):250-265.
  3. Schultz ES, Litonjua AA, Melén E. Effects of long-term exposure to traffic-related air pollution on lung function in children. Curr Allergy Asthma Rep. 2017;17(6):41.
  4. Ziska LH, Makra L, Harry SK, Bruffaerts N, Hendrickx M, Coates F, et al. Temperature-related changes in airborne allergenic pollen abundance and seasonality across the northern hemisphere: a retrospective data analysis. Lancet Planet Health. 2019;3(3):e124-e131.
  5. Diaz-Sanchez D, Tsien A, Fleming J, Saxon A. Combined diesel exhaust particulate and ragweed allergen challenge markedly enhances human in vivo nasal ragweed-specific IgE and skews cytokine production to a T helper cell 2-type pattern. J Immunol. 1997;158(5):2406-2413.
  6. McConnell R, Berhane K, Gilliland F, London SJ, Islam T, Gauderman WJ, et al. Asthma in exercising children exposed to ozone: a cohort study. Lancet. 2002;359(9304):386-391.