Ondas de Calor e Crises de Asma: Um perigo em Expansão

Tempestades, queimadas e ondas de calor intensificam as crises de asma infantil. Entenda os impactos e como se preparar.

Eventos Climáticos Extremos e Crises de Asma

As mudanças climáticas estão intensificando a ocorrência de eventos climáticos extremos, como tempestades, incêndios florestais e ondas de calor. Esses eventos estão diretamente relacionados ao aumento das crises de asma em crianças (1).

👉 Tempestades, queimadas e ondas de calor não apenas aumentam a poluição do ar, mas também criam condições propícias para o agravamento da asma infantil.

Tempestades de Asma: Um Fenômeno Emergente

As tempestades de asma ocorrem quando tempestades intensas dispersam partículas alergênicas no ar, desencadeando crises em massa. Em 2016, Melbourne, Austrália, registrou mais de 3.500 atendimentos de emergência por asma em um único dia devido a uma tempestade deste tipo (2).

No Brasil, estudos já documentaram episódios semelhantes em São Paulo, relacionados a mudanças bruscas de temperatura e umidade (3).

Incêndios Florestais e Saúde Respiratória Infantil

Incêndios florestais liberam grandes quantidades de poluentes, como material particulado fino (PM2.5), que agravam a asma infantil. Em 2019, durante as queimadas na Amazônia, Porto Velho registrou um aumento de 53% nos atendimentos por asma infantil (4).

👉 A fumaça dos incêndios pode percorrer grandes distâncias, afetando crianças asmáticas mesmo em áreas urbanas distantes dos focos de fogo.

Ondas de Calor e Picos de Poluição

Ondas de calor intensificam a formação de ozônio troposférico, um potente irritante respiratório. Durante uma onda de calor em São Paulo em 2014, a concentração de ozônio aumentou em 87%, elevando os atendimentos por asma em 32% (5).

Além disso, as ilhas de calor urbanas, áreas densamente urbanizadas e com pouca vegetação, registram temperaturas mais altas e maior poluição, intensificando os sintomas asmáticos em crianças (6).

Preparação e Resposta

Após a tempestade de asma em Melbourne, foram desenvolvidos sistemas de alerta precoce que integram dados meteorológicos e níveis de alérgenos no ar. No Brasil, projetos semelhantes começam a ser implementados, especialmente após as queimadas na Amazônia (7).

👉 Sistemas de alerta precoce podem salvar vidas ao permitir intervenções antecipadas e informar famílias sobre riscos iminentes para crianças asmáticas.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • Eventos climáticos extremos, como tempestades, queimadas e ondas de calor, estão diretamente ligados ao aumento das crises de asma infantil.
  • A fumaça dos incêndios e o ozônio gerado pelo calor agravam os sintomas, mesmo em locais distantes dos focos.
  • Sistemas de alerta precoce são ferramentas essenciais para proteger crianças asmáticas em contextos climáticos cada vez mais instáveis.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!

📚 Referências Bibliográficas

  1. D’Amato G, Vitale C, De Martino A, et al. Effects on asthma and respiratory allergy of climate change and air pollution. Multidiscip Respir Med. 2015;10:39.
  2. Thien F, Beggs PJ, Csutoros D, et al. The Melbourne epidemic thunderstorm asthma event 2016: an investigation of environmental triggers, effect on health services, and patient risk factors. Lancet Planet Health. 2018;2(6):e255-e263.
  3. Gonçalves FLT, Carvalho LMV, Conde FC, et al. The effects of air pollution and meteorological parameters on respiratory morbidity during the summer in São Paulo City. Environ Int. 2018;117:48-56.
  4. Machado-Silva F, Libonati R, Lima TFM, et al. Drought and fires influence the respiratory diseases hospitalizations in the Amazon. Ecol Indic. 2020;109:105817.
  5. Andrade MF, Kumar P, Freitas ED, et al. Air quality in the megacity of São Paulo: Evolution over the last 30 years and future perspectives. Atmos Environ. 2017;159:66-82.
  6. Solé D, Aranda CS, Wandalsen GF. Asthma: epidemiology of disease control in Latin America – short review. Asthma Res Pract. 2017;3:4.
  7. Ministério da Saúde. Plano de contingência para emergências de saúde pública por eventos climáticos extremos. Brasília: Ministério da Saúde; 2021.