Injustiça Ambiental: Quem são as crianças mais afetadas pela poluição?
Asma infantil no Brasil atinge mais as crianças de baixa renda, expostas à poluição e às mudanças climáticas.

Desigualdades Socioambientais: Quem Sofre Mais?
As mudanças climáticas não afetam todas as crianças de forma igual. Crianças de famílias de baixa renda são as mais impactadas, enfrentando maior exposição a poluentes, moradias inadequadas e acesso limitado a cuidados médicos (1).
👉 Crianças que vivem em áreas de baixa renda estão mais expostas à poluição do ar e enfrentam maiores riscos de crises de asma, sem acesso a recursos para mitigação.
Disparidades Socioeconômicas e Poluição
Estudos mostram que áreas de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no Brasil apresentam concentrações de material particulado (PM2.5) até 60% superiores às áreas de maior renda (2). Além disso, moradias inadequadas, com alta umidade e mofo, agravam a asma infantil. Aproximadamente 68% das crianças com asma grave vivem em habitações com problemas estruturais (3).
Justiça Climática e Vulnerabilidades
O conceito de justiça climática destaca que as populações mais vulneráveis, que menos contribuíram para as mudanças climáticas, são as que mais sofrem seus efeitos. Comunidades ribeirinhas, quilombolas e urbanas periféricas apresentam taxas de asma infantil até 37% superiores à média nacional (4).
👉 O direito ao ar limpo é um direito humano fundamental, mas crianças de comunidades vulneráveis são sistematicamente privadas desse direito.
Acesso Desigual aos Cuidados de Saúde
Crianças de famílias com menor escolaridade têm 2,7 vezes mais chances de apresentar asma não controlada, mesmo quando diagnosticadas (5). Além disso, a distribuição desigual de pneumologistas pediátricos e alergistas agrava a situação em regiões mais pobres.
No Brasil, apenas 42% das crianças asmáticas de baixa renda têm acesso regular à medicação controladora, contra 87% das de famílias de classe média e alta (6).
🧬 O que aprendemos hoje?
- Crianças de famílias de baixa renda estão mais expostas à poluição e vivem em condições que agravam a asma, como umidade e mofo.
- As desigualdades socioambientais tornam populações vulneráveis — que menos contribuíram para a crise climática — as mais impactadas por seus efeitos.
- O acesso desigual à saúde e à medicação impede o controle adequado da asma em muitas crianças brasileiras.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!
📚 Referências Bibliográficas
- Silva LV, Oliveira RA, Santos MA. Disparidades socioeconômicas nas hospitalizações por asma infantil no Brasil. Rev Saúde Pública. 2019;53:78-85.
- Almeida IT, Miraglia SG, Nascimento LF. Spatial analysis of air pollution and social vulnerability in Brazilian metropolitan regions. Environ Sci Pollut Res. 2020;27(30):38033-45.
- Cardoso TA, Roncada C, Silva ER, et al. The impact of housing conditions on childhood asthma. Rev Assoc Med Bras. 2018;64(3):243-51.
- Pereira CAC, Vianna EO, Cukier A, et al. Perfil da asma na comunidade: projeto ISAAC Brasil. J Pneumol. 2019;45(4):307-15.
- Solé D, Aranda CS, Wandalsen GF. Asthma: epidemiology of disease control in Latin America – short review. Asthma Res Pract. 2017;3:4.
- Amaral LM, Palma SM, Leite IC. Considerações sobre a asma de difícil controle: aspectos socioeconômicos e adesão ao tratamento. J Bras Pneumol. 2018;44(2):98-105.