O Futuro da asma infantil em um clima em transformação: O que Esperar até 2050
Projeções indicam aumento da asma infantil com as mudanças climáticas. Veja como prevenir e proteger as crianças mais vulneráveis.

Projeções Futuras: O que Esperar nas Próximas Décadas
As mudanças climáticas já estão remodelando o panorama da saúde respiratória infantil, mas o que o futuro reserva para as próximas gerações?
Modelos científicos indicam transformações significativas nos padrões de prevalência da asma infantil, na distribuição de alérgenos e na capacidade de resposta dos sistemas de saúde. Conheça os cenários projetados para as próximas décadas e as estratégias necessárias para enfrentar esses desafios.
Modelos Preditivos e Cenários de Emissões
Os modelos climáticos integrados a dados epidemiológicos revelam perspectivas preocupantes. Em cenários de altas emissões de gases de efeito estufa (GEE), projeta-se um aumento de 25-30% na prevalência global de asma infantil até 2050, com variações regionais significativas (1). Regiões urbanas em rápido desenvolvimento poderão experimentar aumentos ainda mais dramáticos, chegando a 40% em algumas megacidades.
“Para cada aumento de 1°C na temperatura média global, espera-se um aumento de 10% nas hospitalizações por crises asmáticas em crianças, gerando pressão crescente sobre os sistemas de saúde.” (2)
Comparações entre cenários de baixa e alta emissão mostram diferenças dramáticas. No cenário otimista, o aumento na prevalência de asma poderia ser limitado a 10-15% até 2050, enquanto no pessimista ultrapassaria 35% (3).
Transformações nos Padrões de Alérgenos e Poluentes
As projeções climáticas indicam mudanças substanciais na distribuição, concentração e potência de aeroalérgenos. A estação polínica poderá se estender em 20-40 dias adicionais por ano até 2100, com início mais precoce e término mais tardio (4).
“O pólen produzido em ambientes com alto CO₂ não é apenas mais abundante, mas também mais potente em sua capacidade de desencadear respostas imunológicas.” (5)
Quanto aos poluentes, mesmo com avanços em energia limpa, o aumento das temperaturas favorecerá a formação de ozônio troposférico. Modelos indicam aumentos de 5-10% nos níveis de ozônio em áreas urbanas até 2050 (6).
Preparando Sistemas de Saúde e Sociedade para o Futuro
Os custos diretos relacionados à asma infantil poderão aumentar em 30-45% até 2050 em cenários de alta emissão (7). Tecnologias emergentes como monitoramento ambiental por IA podem fornecer alertas personalizados para famílias com crianças asmáticas.
“O futuro do manejo da asma infantil será preditivo e preventivo, não apenas reativo.” (8)
A adaptação dos sistemas de saúde inclui expansão da capacidade de atendimento a condições respiratórias, telemedicina e monitoramento remoto. Estudos indicam que cada dólar investido em adaptação pode economizar até 7 dólares em custos futuros (9).
🧬 O que aprendemos hoje?
- Em cenários de altas emissões, a prevalência de asma infantil pode crescer até 40% até 2050, com impactos maiores em áreas urbanas.
- As estações de pólen serão mais longas e intensas, e a concentração de poluentes como ozônio deve aumentar, agravando os sintomas respiratórios.
- A preparação dos sistemas de saúde deve focar em ações preditivas e preventivas, com uso de tecnologia, adaptação de infraestrutura e políticas integradas para mitigar os custos e proteger as futuras gerações.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!
📚 Referências Bibliográficas
- Watts N, et al. The 2020 report of The Lancet Countdown on health and climate change. Lancet. 2021;397(10269):129-170.
- Sheffield PE, Landrigan PJ. Global climate change and children’s health: threats and strategies for prevention. Environ Health Perspect. 2018;126(10):100201.
- IPCC. Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability. Cambridge University Press; 2022.
- Ziska LH, et al. Temperature-related changes in airborne allergenic pollen abundance. Lancet Planet Health. 2019;3(3):e124-e131.
- D’Amato G, et al. Climate change and air pollution: effects on respiratory allergy. Allergy Asthma Immunol Res. 2016;8(5):391-395.
- Fiore AM, et al. Air quality and climate connections. J Air Waste Manag Assoc. 2015;65(6):645-685.
- WHO. COP26 special report on climate change and health: the health argument for climate action. Geneva: WHO; 2021.
- Bousquet J, et al. ARIA digitally-enabled care for rhinitis and asthma. Clin Transl Allergy. 2019;9:16.
- Global Commission on Adaptation. Adapt now: a global call for leadership on climate resilience. Washington, DC: World Resources Institute; 2019.