Estratégias para ensinar melhor alunos afetados pela desnutrição infantil
Saiba como professores podem adaptar suas aulas para ajudar alunos com dificuldades de atenção, memória e aprendizagem causadas pela desnutrição infantil.

Uma ajuda fundamental
A desnutrição crônica pode afetar o cérebro da criança, atrapalhando a memória, a atenção e a aprendizagem. Mas a escola pode fazer muito para ajudar!
Com estratégias simples, os professores podem apoiar esses alunos, melhorando o rendimento escolar e o bem-estar na sala de aula.
Ensinar passo a passo ajuda mais
Algumas crianças com desnutrição têm dificuldade para organizar ideias ou lembrar de tudo que foi explicado. Nesses casos, o melhor jeito de ensinar é dividir o conteúdo em partes pequenas e explicar cada passo com calma. Esse tipo de aula se chama “ensino direto e explícito”. Funciona muito bem para quem tem dificuldade de concentração ou memória.
Outra opção interessante é a chamada “aprendizagem por projetos”, em que os alunos aprendem de forma prática e com temas do dia a dia. Para dar certo, o professor pode usar recursos como:
- Roteiros com imagens
- Passos anotados no quadro
- Ajuda extra em tarefas mais difíceis
Melhorar a atenção e a memória na sala
Crianças com desnutrição podem se distrair com mais facilidade. Para melhorar a atenção, os professores podem:
- Fazer explicações mais curtas (de 15 a 20 minutos)
- Usar sinais visuais ou sonoros para chamar a atenção
- Evitar barulho ou bagunça na sala
- Fazer atividades com movimento, como jogos ou brincadeiras educativas
Já para melhorar a memória, algumas estratégias funcionam muito bem:
- Repetir os conteúdos em dias diferentes
- Usar desenhos, histórias ou músicas para ensinar
- Agrupar as informações em partes menores
- Criar associações com objetos ou situações do cotidiano
Essas técnicas ajudam a criança a lembrar melhor e a se sentir mais confiante.
Avaliações que respeitam o tempo de cada um
Alunos com dificuldades de aprendizagem precisam de provas e tarefas adaptadas. Isso não significa facilitar o conteúdo, mas sim dar mais chances de mostrar o que sabem. Algumas ideias:
- Dar mais tempo para terminar as provas
- Dividir a avaliação em partes
- Permitir respostas orais ou com desenhos
- Corrigir com comentários construtivos, não só com nota
Com essas mudanças, os alunos se sentem mais acolhidos e aprendem com mais segurança.
Materiais e atividades que fazem a diferença

Crianças com desnutrição podem ter dificuldade com conteúdos muito abstratos. Por isso, usar materiais visuais e objetos concretos ajuda muito. Exemplos:
- Figuras e cartazes coloridos
- Jogos de montar
- Mapas mentais e esquemas visuais
A tecnologia também pode ajudar. Aplicativos educativos simples, com jogos e atividades repetitivas, ajudam a fixar o conteúdo de forma divertida. Além disso, fazer pausas para alongamento ou brincar com atividades físicas leves antes das aulas melhora a atenção e o foco.
Movimento também ensina

Mexer o corpo não é só bom para a saúde — também ajuda o cérebro! Crianças que fazem 20 a 30 minutos de atividade física leve (como dançar ou pular corda) de 3 a 5 vezes por semana mostram melhoras na atenção, memória e no comportamento.
O professor pode:
- Fazer pausas ativas com alongamento
- Usar jogos com movimento nas aulas
- Criar brincadeiras que envolvem o conteúdo da matéria
Com essas adaptações simples, a escola se transforma em um espaço mais justo e acolhedor para todas as crianças.
🧬 O que aprendemos hoje?

- Crianças com desnutrição podem ter dificuldades de atenção, memória e organização do pensamento, mas a escola pode ajudar com estratégias simples e eficazes.
- Ensinar passo a passo, usar recursos visuais e adaptar as avaliações são formas de tornar o aprendizado mais acessível e acolhedor.
- Atividades físicas leves e brincadeiras educativas ajudam a estimular o cérebro e melhorar o desempenho escolar dessas crianças.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!
📚 Referências Bibliográficas
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