Anafilaxia em Bebês, Crianças e Adolescentes: Como Identificar o Risco?

Saiba quais crianças correm mais risco de anafilaxia e como prevenir. Entenda os fatores que agravam alergias e os sintomas em bebês e adolescentes.

Você sabia que algumas pessoas têm mais chance de ter reações alérgicas graves? Aqui no Clube da Saúde Infantil, vamos explicar de forma simples quem precisa ter mais cuidado e por quê. A alergia grave, também conhecida como anafilaxia, pode ser perigosa, mas conhecimento é a melhor proteção. Vamos entender os grupos de risco e como agir em cada situação.

Quem Tem Mais Risco de Ter Alergia Grave?

A anafilaxia pode acontecer com qualquer pessoa alérgica, mas alguns grupos estão mais vulneráveis. Conhecer esses grupos e entender os sinais de alerta pode fazer toda a diferença para agir rápido e evitar complicações.

Crianças com Asma: Atenção Redobrada

Crianças com asma mal controlada têm 5 vezes mais chance de sofrer uma reação alérgica grave.

📌 Por que isso acontece?

  • A asma já afeta a respiração, e uma reação alérgica grave pode agravar ainda mais a dificuldade para respirar.
  • Mais de 60% dos casos graves de anafilaxia ocorrem em crianças com asma e alguma alergia alimentar.

💡 Dica: Se seu filho tem asma, mantenha os remédios controlados e informe a escola sobre os riscos.

Bebês e Crianças Pequenas: Sintomas Diferentes

Os bebês e crianças pequenas não conseguem dizer o que estão sentindo. Por isso, os sinais de anafilaxia podem ser mais sutis ou diferentes dos sintomas em crianças maiores.

⚡ Sinais comuns em bebês e crianças pequenas:

  • Dor de barriga e vômitos (sem outros sinais de alergia)
  • Sem manchas na pele (isso acontece em 18% dos casos)
  • Choro persistente e sem motivo aparente
  • Moleza ou sonolência extrema

💡 Importante: Mesmo que não haja erupções na pele, a anafilaxia ainda pode estar acontecendo.

Adolescentes: Cuidado com a Independência

Adolescentes correm mais risco de anafilaxia porque:

  • Esquecem de levar o remédio de emergência (como a caneta de adrenalina)
  • Têm vergonha de pedir ajuda ou de usar o remédio na frente dos amigos
  • Nem sempre leem os rótulos dos alimentos, especialmente em festas ou lanches fora de casa

📌 Dica para pais e cuidadores: Converse abertamente sobre a importância de carregar a medicação e usá-la sem hesitar em caso de emergência.

A Reação que Pode Voltar: Reação Bifásica

Após uma crise de anafilaxia, a pessoa pode aparentar estar bem, mas os sintomas podem voltar horas depois. Isso é o que os médicos chamam de reação bifásica, que ocorre em até 20% dos casos.

⚡ O que fazer:

  • Mesmo após a melhora inicial, mantenha a criança em observação no hospital por pelo menos 4 a 6 horas.
  • Informe a equipe médica sobre a primeira reação para que todos fiquem atentos a uma possível segunda crise.

Outros Fatores que Aumentam o Risco de Anafilaxia

Além dos grupos de risco principais, alguns fatores podem aumentar a gravidade da reação alérgica:

  • Exercício físico logo após comer (pode intensificar a reação)
  • Gripe ou febre no momento da crise (o corpo já está fragilizado)
  • Uso de certos remédios para pressão alta (como betabloqueadores)
  • Estresse emocional (pode agravar os sintomas)

💡 Dica: Informe o pediatra sobre todos os remédios que a criança usa regularmente.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • Crianças com asma mal controlada têm maior risco de anafilaxia.
  • Bebês e crianças pequenas podem não apresentar manchas na pele, mas podem ter sintomas gastrointestinais graves.
  • Adolescentes são um grupo de risco porque tendem a negligenciar a medicação ou a pedir ajuda.
  • A reação bifásica pode ocorrer horas após a primeira crise, por isso, a observação médica é essencial.
  • Alguns fatores externos, como exercício ou estresse, podem agravar a reação alérgica.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos que informação salva vidas. Se seu filho está em algum grupo de risco, converse com o pediatra sobre um plano de cuidados específico. Crescer com saúde é mais legal! 💚

📚 Referências Bibliográficas:

  1. Simons FER, et al. World Allergy Organization anaphylaxis guidelines. 2015.
  2. Simons FER, Sampson HA. Anaphylaxis in infants. J Allergy Clin Immunol. 2015.
  3. Warren CM, et al. Food allergy management and outcomes. J Allergy Clin Immunol Pract. 2021.