Educação física e asma: o que a escola deve saber
Crianças com asma podem e devem praticar atividades físicas. Entenda como adaptar as aulas para garantir segurança e inclusão.

Crianças com asma podem fazer educação física?
Sim, e devem! A prática de atividades físicas é muito importante para todas as crianças — inclusive as que têm asma. Muitos ainda acreditam que crianças com asma precisam ser dispensadas das aulas de educação física, mas isso não é verdade. Quando a asma está bem controlada e a escola faz as adaptações necessárias, os exercícios ajudam a fortalecer o pulmão, melhorar a respiração, aumentar a autoestima e até diminuir a frequência das crises.
Estudos mostram que quase todas as crianças com asma (cerca de 90%) conseguem participar normalmente das aulas de educação física, desde que estejam acompanhadas e com a medicação em dia.
O que a escola pode fazer para ajudar?
A escola pode (e deve) adaptar as atividades físicas para garantir que todas as crianças participem com segurança. Algumas ações simples fazem diferença:
- Oferecer tempo para que a criança descanse, se necessário.
- Permitir que ela faça os exercícios em ritmo mais leve.
- Saber quais são os gatilhos que podem causar crise (como ar frio, pólen ou esforço intenso).
- Ter a bombinha de resgate sempre por perto.
Atividades como a natação costumam ser muito bem toleradas, porque a umidade do ambiente ajuda a manter as vias respiratórias hidratadas. Já esportes como futebol ou basquete, que exigem muito esforço, podem ser adaptados com pausas mais frequentes ou participação parcial.
Nos dias muito frios ou secos, o ideal é fazer as atividades em ambientes fechados, com boa ventilação. Cobrir o nariz e a boca com um lenço pode ajudar bastante.
Como evitar crises durante os exercícios?
Um dos maiores desafios é o chamado broncoespasmo induzido por exercício. Ele causa falta de ar, tosse e chiado quando a criança faz esforço físico. Mas existem formas simples de prevenir:
- Fazer um aquecimento leve antes da atividade: caminhar, alongar ou subir escadas devagar por 10 a 15 minutos pode ajudar a preparar o corpo.
- Tomar a bombinha de prevenção antes da aula, se for o que o médico recomendar.
- Beber bastante água e evitar exercícios intensos em lugares muito frios ou secos.
Os professores devem estar atentos a sinais como respiração rápida, dificuldade para falar, tosse seca ou queda no desempenho. Se esses sinais aparecerem, a criança deve ser orientada a parar e usar a medicação, se necessário.
Como os professores devem agir?
O professor de educação física tem papel essencial. Ele deve:
- Conhecer o plano de ação da criança com asma.
- Saber onde está a medicação e como usá-la.
- Ficar atento aos sinais de crise.
- Manter contato com a família e conversar com a criança sobre seus limites.
Com formação adequada, o professor ajuda a garantir a segurança do aluno e promove um ambiente mais acolhedor. E o mais importante: a criança aprende que pode participar como todo mundo, sem medo ou vergonha.
Asma não é motivo para exclusão
Quando a escola adapta suas práticas e educa sua equipe, os resultados aparecem: menos faltas, menos crises, mais saúde e mais felicidade. Crianças com asma têm o direito de brincar, correr e se divertir como qualquer outra. Com cuidados simples e atenção, isso é possível — e faz toda a diferença no desenvolvimento físico, emocional e social.
🧬 O que aprendemos hoje?
- Crianças com asma podem (e devem) fazer educação física, desde que a doença esteja controlada e a escola esteja preparada para acolher e adaptar as atividades.
- Medidas simples como pausas, aquecimento, medicação preventiva e atenção aos sinais ajudam a prevenir crises durante os exercícios.
- A participação ativa da escola, com professores informados e ambiente seguro, garante que a criança com asma cresça com saúde, autoestima e inclusão.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!