Criança baixinha na escola: pode ser sinal de desnutrição?

Entenda o que é a desnutrição crônica em crianças da idade escolar, quais os sinais e os riscos para o desenvolvimento e aprendizagem.

Desnutrição crônica na escola: o que é e por que se preocupar?

A desnutrição crônica acontece quando a criança não cresce como deveria por muito tempo. Ela não é tão fácil de ver como a desnutrição aguda (quando a criança emagrece muito), mas também é perigosa. Uma criança com desnutrição crônica fica mais baixa do que o esperado para a sua idade.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse problema aparece quando a altura da criança está muito abaixo do normal, comparada a outras da mesma idade. É um sinal de que o corpo dela não recebeu os nutrientes certos por um longo tempo — às vezes, desde o tempo da gravidez.

Como isso é medido?

Para saber se a criança tem desnutrição crônica, é preciso medir:

  • Altura e idade da criança
  • Circunferência da cabeça (quando são menores)
  • Às vezes, exames de sangue mostram se faltam vitaminas ou minerais importantes

No Brasil, o SISVAN é o sistema usado para acompanhar esses dados. Mas ainda são poucas as escolas que fazem isso com frequência.

Onde isso acontece mais no Brasil?

A desnutrição crônica ainda é comum no Brasil, principalmente em regiões como o Norte e o Nordeste. Os números mostram que 7 em cada 100 crianças de 5 a 9 anos têm baixa estatura para a idade. Em áreas rurais, esse número pode ser mais que o dobro.

Mesmo com menos casos graves hoje em dia, um novo problema vem crescendo: a dupla carga de má nutrição. Isso quer dizer que uma criança pode ter falta de vitaminas importantes, mas ao mesmo tempo estar acima do peso. Isso acontece por causa da troca de alimentos saudáveis por produtos industrializados.

Famílias com renda muito baixa ou mães com pouca escolaridade têm mais risco de ter crianças com desnutrição crônica.

Quais nutrientes são importantes para o cérebro?

A desnutrição crônica pode afetar o cérebro da criança. Isso acontece porque faltam nutrientes importantes para o aprendizado. Veja alguns exemplos:

  • Ferro: ajuda no funcionamento do cérebro. Quando falta, a criança pode ter anemia, se sentir cansada e ter dificuldade de prestar atenção.
  • Zinco: ajuda o cérebro a crescer e formar conexões. Sem ele, a criança pode ter mais dificuldade de planejar, organizar e aprender.
  • Iodo: importante para os hormônios que fazem o cérebro funcionar bem. Mesmo com sal iodado, algumas regiões ainda têm falta.
  • Outros nutrientes importantes: vitamina A, B12 e ácido fólico.

👉 A fome invisível é aquela que não se vê, mas que atrapalha o cérebro e o futuro das crianças.

Como perceber isso na escola?

Esse é o maior desafio: muitas vezes ninguém percebe. A criança com desnutrição crônica não tem sinais óbvios, como emagrecimento extremo. Ela só parece “baixinha” — e isso pode ser confundido com herança genética.

Mas existem outros sinais de alerta:

  • Cansaço ou desânimo na aula
  • Dificuldade para prestar atenção
  • Rendimento escolar mais baixo
  • Palidez nas mãos (pode ser anemia)
  • Cabelos fracos e quebradiços
  • Unhas finas e com formato diferente

Se os professores e educadores forem treinados para observar esses sinais, é possível agir mais cedo e ajudar a criança a crescer com mais saúde.

👉 A desnutrição crônica rouba centímetros do corpo e oportunidades da mente.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • A desnutrição crônica é silenciosa, mas pode prejudicar o crescimento físico e o desenvolvimento do cérebro.
  • Ela ainda é comum em muitas regiões do Brasil, especialmente onde há mais pobreza e menor escolaridade materna.
  • Professores e escolas têm um papel essencial na identificação precoce, observando sinais que muitas vezes passam despercebidos.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!