Casos de sucesso no tratamento da obesidade: o que podemos aprender

Veja como o tratamento com equipe multidisciplinar e acompanhamento contínuo pode trazer bons resultados no combate à obesidade.

Tratamento da obesidade: quando funciona de verdade

Muitas pessoas acham que perder peso e manter é quase impossível. Mas isso não é verdade! Quando o tratamento é feito de forma integrada, com apoio de diferentes profissionais e acompanhamento ao longo do tempo, os resultados aparecem e podem durar muitos anos.

No Brasil, o Hospital das Clínicas de São Paulo tem um programa com acompanhamento médico, nutricional, psicológico e físico. Os resultados mostram que os pacientes que seguem esse programa mantêm o peso por mais tempo do que em tratamentos comuns (1).

O que esses programas têm em comum?

📌 O segredo está na equipe completa: médico, nutricionista, psicólogo, educador físico e, quando necessário, cirurgião.
📌 As pessoas são acompanhadas por pelo menos dois anos.
📌 O tratamento é feito em fases: intensiva, de transição e manutenção.
📌 As estratégias são adaptadas para cada pessoa.

No exterior, a famosa Mayo Clinic mostra que 68% dos pacientes mantêm 10% do peso perdido por mais de seis anos. Já no Brasil, o Programa Equilibrium inovou ao usar aplicativo e monitoramento remoto, com mais adesão do que os modelos tradicionais (2)(3).

Histórias reais de quem conseguiu

Um estudo brasileiro com 327 pacientes mostrou que todos que conseguiram manter o peso mudaram seus hábitos de forma definitiva.

O caso de M.S., 42 anos, é um bom exemplo: ela perdeu 38kg e manteve quase tudo por sete anos. O segredo? Terapia para entender sua relação com a comida, mudança no estilo de vida e apoio emocional contínuo (4).

Nos Estados Unidos, um banco de dados chamado National Weight Control Registry acompanha pessoas que perderam mais de 13kg e conseguiram manter por mais de um ano. Eles fazem coisas simples, como:

  • Tomar café da manhã todos os dias
  • Se pesar regularmente
  • Manter alimentação equilibrada até nos fins de semana

Fazer exercícios todos os dias por 1 hora (5)

O que aprendemos com esses casos?

✅ Tratamento personalizado: programas mais flexíveis, que se adaptam a cada pessoa, funcionam melhor.

✅ Acompanhamento a longo prazo: mesmo com poucos encontros por mês, continuar acompanhando os pacientes por pelo menos dois anos ajuda a manter os resultados.

✅ Aprender a cuidar de si: programas que ensinam a lidar com recaídas, resolver problemas e monitorar o que comem ou como se exercitam têm mais sucesso.

✅ Ter alguém para se inspirar: pacientes que têm um mentor (alguém que já passou pelo mesmo) têm 67% mais chance de sucesso (6)(7).

 O que os pacientes e os profissionais dizem?

Os coordenadores dos programas destacam a importância de um ambiente acolhedor, onde recaídas não são julgadas, mas tratadas com cuidado (8).

Para os pacientes, o apoio da família e dos amigos é essencial. Muitos relatam que conseguiram mudar o estilo de vida quando se sentiram parte de um grupo e deixaram de pensar que estavam “de dieta” e passaram a viver com novos hábitos (9)(10).

Mesmo com poucos recursos, é possível

Programas em unidades básicas de saúde já mostram que dá para ter bons resultados mesmo com estrutura simples. O mais importante é:

  • Ter uma equipe conectada
  • Oferecer apoio por um tempo mais longo

Ensinar o paciente a se cuidar sozinho

🧬 O que aprendemos hoje?

  • Programas de tratamento que têm equipe completa, apoio contínuo e estratégias personalizadas ajudam a manter o peso e melhorar a saúde por muitos anos.
  • Mudanças sustentáveis no estilo de vida, apoio emocional e um ambiente acolhedor fazem toda a diferença no sucesso do tratamento.
  • Mesmo com poucos recursos, é possível oferecer um cuidado eficaz e duradouro quando há conexão entre a equipe e compromisso com o acompanhamento.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!

📚 Referências Bibliográficas

  1. Mancini MC et al. Rev Bras Med. 2018;75(1):12-19.
  2. Heymsfield SB, Wadden TA. N Engl J Med. 2017;376(3):254-266.
  3. Sartori GP et al. Arq Bras Endocrinol Metab. 2020;64(2):138-147.
  4. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. Diretrizes 2016.
  5. Thomas JG et al. Am J Prev Med. 2014;46(1):17-23.
  6. Klem ML et al. Am J Clin Nutr. 1997;66(2):239-246.
  7. Butryn ML et al. Psychiatr Clin North Am. 2011;34(4):841-859.
  8. Melo ME et al. Rev ABESO. 2019;82:8-15.
  9. Reyes NR et al. J Acad Nutr Diet. 2012;112(4):499-505.
  10. Epiphaniou E, Ogden J. J Health Psychol. 2010;15(6):887-896.