Como evitar alérgenos e ler rótulos de alimentos: Guia para alergias alimentares
Aprenda estratégias eficazes para evitar alérgenos alimentares, interpretar rótulos e prevenir contaminação cruzada. Proteja sua saúde e previna reações alérgicas.

A evitação de alérgenos alimentares é a estratégia central no manejo das alergias alimentares. Para garantir a segurança alimentar, é fundamental compreender a legislação vigente sobre rotulagem, desenvolver habilidades para leitura de rótulos e identificar potenciais riscos de contaminação cruzada.
Técnicas Práticas para Evitação de Alérgenos e Legislação Brasileira
A organização do ambiente doméstico é essencial para prevenir contaminações cruzadas. Recomenda-se:
- Separar utensílios e superfícies para preparo de alimentos alergênicos e não-alergênicos.
- Implementar um sistema de códigos de cores para utensílios.
- Realizar a higienização rigorosa dos utensílios e superfícies após o preparo de alimentos com alérgenos.
“Estudos demonstram que cerca de 40% das reações alérgicas acidentais ocorrem no ambiente doméstico, frequentemente devido à contaminação cruzada durante o preparo dos alimentos” (1).
A legislação brasileira sobre rotulagem de alergênicos, definida pela RDC 26/2015 da ANVISA, determina a obrigatoriedade de declaração clara e destacada dos principais alérgenos alimentares, incluindo leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, crustáceos e peixes (2).
- Exemplo de rotulagem obrigatória: “ALÉRGICOS: CONTÉM LEITE” ou “ALÉRGICOS: PODE CONTER SOJA”.
A legislação brasileira ainda não padroniza os limites de contaminação cruzada, permitindo que a indústria adote medidas preventivas sem estabelecer um limite seguro de exposição.
Alérgenos Ocultos e Guia Prático para Leitura de Rótulos
Os alérgenos ocultos são ingredientes ou traços não declarados que podem estar presentes em alimentos processados. Exemplos comuns incluem:
- Caseína presente em molhos industrializados sob o nome de caseinato de sódio.
- Glúten em molhos e sopas prontos, listados como amido modificado.
- Proteínas de frutos do mar presentes em caldos ou aromatizantes.
A contaminação cruzada ocorre quando um alimento não alérgico entra em contato com um alérgeno durante a produção ou manipulação. Estudos indicam que até 25% dos produtos industrializados podem conter traços não declarados de alérgenos (3).
Para uma leitura eficaz de rótulos:
- Verifique a lista de ingredientes completa.
- Procure por termos técnicos (como albumina, caseína, lactoalbumina).
- Identifique alertas de contaminação cruzada.
- Em caso de dúvida, entre em contato com o SAC do fabricante.
“A leitura de rótulos deve ser feita a cada compra, pois alterações na formulação podem ocorrer sem aviso prévio aos consumidores” (4).
Ferramentas Tecnológicas e Desafios na Alimentação Fora de Casa
Aplicativos de leitura de rótulos têm se mostrado ferramentas eficazes para a identificação de alérgenos ocultos. Exemplos incluem:
- AllergyEats: lista restaurantes adaptados para alérgicos.
- Rótulo Sem Dúvida: permite a verificação de ingredientes através do código de barras.
- Sem Lactose: lista produtos sem leite ou traços de leite.
Para alimentos consumidos fora de casa, recomenda-se:
- Informar claramente sobre as alergias ao fazer pedidos.
- Solicitar a preparação dos alimentos em áreas separadas.
- Utilizar cartões de alerta de alergia em diferentes idiomas.
- Transportar alimentos seguros durante viagens.
“Aproximadamente 50% das reações alérgicas graves ocorrem em restaurantes ou eventos sociais, ressaltando a importância da comunicação clara sobre a alergia.” (5)
🧬 O que aprendemos hoje?
- A evitação rigorosa de alérgenos é a principal estratégia no manejo das alergias alimentares, exigindo atenção constante à organização doméstica, leitura de rótulos e prevenção de contaminação cruzada.
- A legislação brasileira exige rotulagem clara de alérgenos, mas ainda não padroniza limites para traços, o que exige cautela redobrada por parte das famílias.
- Ferramentas tecnológicas e uma comunicação clara fora de casa são fundamentais para prevenir reações, especialmente em restaurantes e eventos sociais.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!
📚 Referências Bibliográficas
- Begen FM, Barnett J, Barber M, et al. Parents’ and caregivers’ experiences and behaviours when eating out with children with a food hypersensitivity. BMC Public Health. 2018;18(1):38.
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 26, de 2 de julho de 2015. Diário Oficial da União. 2015.
- Blom WM, Michelsen-Huisman AD, van Os-Medendorp H, et al. Accidental food allergy reactions: Products and undeclared ingredients. J Allergy Clin Immunol. 2018;142(3):865-875.
- Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Guia prático de leitura de rótulos para alérgicos. São Paulo; 2019.
- Baumert JL, Taylor SL, Koppelman SJ. Quantitative assessment of allergen cross-contact in the food supply. J Food Prot. 2018;81(6):983-991.