Quais crianças têm mais risco de desnutrição?

A desnutrição infantil afeta mais algumas populações no Brasil. Saiba quais grupos estão mais em risco e por que isso acontece.

A desnutrição atinge mais alguns grupos do que outros

A desnutrição infantil no Brasil não é igual para todas as crianças. Existem grupos sociais que sofrem mais com a falta de alimentos saudáveis e com doenças causadas por essa condição. Isso acontece por causa das desigualdades sociais, culturais, econômicas e do acesso aos serviços de saúde, saneamento e educação.

Vamos entender melhor quem são esses grupos e por que eles estão mais em risco.

Povos indígenas: os mais afetados

As crianças indígenas são as mais atingidas pela desnutrição crônica. Enquanto a média nacional é de 7%, entre os povos indígenas esse número chega a quase 29%. Em algumas comunidades, como a dos Yanomami, mais da metade das crianças tem baixo peso para a idade .

Fatores que agravam esse cenário:

  • Falta de acesso a alimentos saudáveis e variados.
  • Contaminação de rios e florestas pelo garimpo ilegal.
  • Falta de atendimento médico e serviços de saúde próximos.

Além disso, o modo de vida tradicional desses povos muitas vezes é desrespeitado, dificultando a produção de alimentos e o cuidado com as crianças.

Quilombolas, ribeirinhos e periferias urbanas

Outros grupos também enfrentam dificuldades sérias:

  • Quilombolas: em algumas comunidades, até 40% das crianças têm algum grau de desnutrição.
  • Ribeirinhos: apesar de viverem perto de rios, sofrem com a contaminação da água e com a escassez em certas épocas do ano.
  • Periferias urbanas: nas favelas, muitas famílias têm pouco acesso a comida saudável. É comum ver crianças com desnutrição e, ao mesmo tempo, sobrepeso por causa de dietas ricas em alimentos ultraprocessados e pobres em nutrientes.

Essas populações sofrem com o racismo, a exclusão social e a falta de serviços públicos essenciais, como água tratada e postos de saúde.

Onde há mais desigualdade, há mais desnutrição

As regiões Norte e Nordeste do Brasil têm os maiores índices de desnutrição infantil. No Norte, por exemplo, quase 15% das crianças menores de 5 anos têm baixa estatura para a idade. No Sul, esse índice é de apenas 5% .

Outros fatores importantes:

  • Escolaridade da mãe: quanto mais anos de estudo a mãe tem, menor o risco de desnutrição infantil.
  • Renda da família: crianças de famílias muito pobres têm 2,5 vezes mais chance de serem desnutridas.
  • Falta de saneamento básico: em casas sem água tratada e esgoto, o risco de doenças aumenta e isso afeta o crescimento das crianças.

Além disso, mulheres negras que são chefes de família têm mais dificuldade de garantir alimentação adequada para os filhos, por causa da desigualdade social e da insegurança alimentar.

A desnutrição infantil não é só falta de comida

Ela é causada por um conjunto de problemas que afetam mais os grupos já vulneráveis da sociedade. Para mudar esse cenário, é preciso garantir direitos básicos: terra, alimentação, água limpa, escola e atendimento de saúde.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • A desnutrição infantil afeta principalmente grupos em situação de vulnerabilidade, como povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e famílias das periferias urbanas.
  • Fatores como pobreza, racismo, falta de acesso à saúde, educação, água e saneamento agravam o risco de desnutrição nesses grupos.
  • Garantir direitos básicos e combater as desigualdades sociais é essencial para proteger todas as crianças da fome e promover um crescimento saudável.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!