Desigualdades e desnutrição infantil: onde o problema é maior?
A desnutrição infantil ainda afeta muitas crianças no Brasil. Entenda as causas e o que pode ser feito para mudar esse cenário.

Desnutrição infantil no Brasil: um problema que ainda existe
Desnutrição é quando o corpo da criança não recebe os nutrientes que precisa para crescer e se desenvolver bem. Isso pode acontecer por falta de comida ou por uma alimentação pobre em nutrientes.
Hoje no Brasil, 7 em cada 100 crianças com menos de 5 anos têm baixa estatura para a idade. Esse é o sinal mais comum da desnutrição crônica, que acontece quando a criança passa muito tempo sem alimentação adequada.
Outro tipo é a desnutrição aguda, que causa perda de peso rápida. Apesar de menos comum, ainda afeta crianças em várias regiões do país.
Também existe a chamada “fome oculta”, que é a falta de vitaminas e minerais importantes. Muitas crianças brasileiras têm anemia (falta de ferro), deficiência de vitamina A e falta de zinco, o que prejudica o crescimento, a imunidade e a capacidade de aprender.
A desnutrição infantil hoje não está em todo lugar, mas afeta principalmente grupos específicos, como crianças indígenas, ribeirinhas ou de regiões mais pobres do país.
Onde o problema é maior
As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas pela desnutrição infantil no Brasil. Nessas áreas, o número de crianças com baixa estatura chega a ser o dobro da média nacional.
- No Norte, quase 15% das crianças têm desnutrição crônica.
- Em comunidades indígenas, esse número pode ultrapassar 30%.
- Em áreas rurais, a desnutrição é 40% mais comum do que nas cidades.
Isso acontece porque muitas dessas famílias não têm acesso fácil a alimentos saudáveis, saneamento básico, educação ou serviços de saúde.
A desnutrição voltou a crescer?
Sim. Depois de muitos anos de melhora, os números voltaram a piorar. Entre 2015 e 2022, a desnutrição aumentou em várias regiões.
A pandemia da COVID-19 foi um fator importante nesse retrocesso. Com as escolas fechadas, muitas crianças deixaram de receber a merenda escolar, que era sua principal refeição do dia.
Além disso, o desemprego e a falta de renda fizeram muitas famílias passarem por insegurança alimentar — ou seja, sem saber se teriam comida suficiente para o dia seguinte.
Em 2022, mais de 33 milhões de brasileiros não tinham comida suficiente em casa.
O Brasil no mundo
Comparado a outros países da América Latina, o Brasil está numa posição intermediária. Está melhor do que países como Guatemala e Honduras, mas ainda pior do que Chile e Uruguai.
Nos últimos anos, o Brasil voltou ao Mapa da Fome da ONU, o que mostra que o problema da desnutrição ainda é grave e precisa de atenção urgente.
Outro desafio é que o país vive a chamada dupla carga de má nutrição: enquanto algumas crianças têm desnutrição, outras já sofrem com obesidade infantil, muitas vezes na mesma família ou comunidade.
🧬 O que aprendemos hoje?

- A desnutrição infantil ainda afeta muitas crianças no Brasil, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e em comunidades indígenas ou rurais.
- O problema voltou a crescer nos últimos anos, agravado pela pandemia, pela falta de renda e pela insegurança alimentar.
- O Brasil enfrenta o desafio da dupla carga: desnutrição e obesidade convivem lado a lado — e é preciso agir com políticas públicas eficazes e cuidado contínuo.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!