Desigualdade e fome: o retrato da desnutrição nas crianças brasileiras
Veja os dados mais recentes da desnutrição infantil no Brasil e entenda os fatores que afetam as regiões mais vulneráveis.

Desnutrição ainda é um problema no país?
Sim. A desnutrição infantil ainda afeta muitas crianças no Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Segundo o SISVAN, cerca de 6,5% das crianças com menos de cinco anos estão com a altura abaixo do esperado para a idade, o que indica desnutrição crônica.
📍 Enquanto nas regiões Sul e Sudeste os índices ficam em torno de 4%, no Norte e no Nordeste esse número pode passar de 12% em algumas cidades.
👉 A desnutrição infantil no Brasil tem endereço certo: está onde há pobreza, exclusão social e pouco acesso a serviços básicos.
Além das regiões, há outras diferenças:
- Crianças da zona rural têm até 40% mais risco de desnutrição do que as da cidade.
- Cidades menores e com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) têm mais casos.
- Mesmo nas grandes capitais há bairros com níveis de desnutrição comparáveis aos das regiões mais pobres.
O que causa a desnutrição infantil?
Não é só falta de comida. A desnutrição é causada por vários fatores ao mesmo tempo:
- Fome e insegurança alimentar: mais de 33 milhões de brasileiros passaram fome em 2022.
- Pobreza: crianças das famílias mais pobres têm até 2,5 vezes mais risco de desnutrição.
- Falta de educação: mães com pouca escolaridade têm menos acesso a informações sobre nutrição e saúde.
- Falta de água e saneamento: sem água limpa, as crianças adoecem mais, o que atrapalha a absorção dos nutrientes.
- Falta de atendimento de saúde: em cidades onde a cobertura da saúde básica é baixa, há mais casos de desnutrição.
👉 É como um quebra-cabeça: vários pedaços precisam se encaixar para a criança crescer com saúde.
O que mudou nos últimos anos?
Entre 1996 e 2006, o Brasil reduziu pela metade os casos de desnutrição. Isso foi possível graças a:
- Programas de renda (como o Bolsa Família).
- Melhoria na saúde pública.
- Mais acesso à água tratada e esgoto.
Mas a pandemia de COVID-19 fez esse progresso dar alguns passos para trás. Entre 2020 e 2022:
- A desnutrição aguda em crianças cresceu 14%.
- Milhões de crianças ficaram sem a merenda escolar.
- Muitas famílias perderam renda e tiveram mais dificuldade para se alimentar bem.
Quem está em maior risco?
Alguns grupos são mais vulneráveis à desnutrição:
- Crianças indígenas: têm até 3 vezes mais risco que a média nacional. Em algumas comunidades, mais de 40% estão desnutridas.
- Crianças quilombolas: em certas regiões, de 15% a 20% delas têm desnutrição crônica.
- Crianças de assentamentos, periferias e ocupações urbanas: também estão entre as mais afetadas.
Quando a criança pertence a um grupo social vulnerável, vive em área remota e em situação de pobreza extrema, o risco de desnutrição aumenta muito.
👉 Nessas situações, não basta ter boa vontade. É preciso criar políticas que cheguem até onde essas crianças estão.
🧬 O que aprendemos hoje?

- A desnutrição infantil ainda é uma realidade no Brasil, concentrada principalmente em regiões e populações mais vulneráveis.
- Ela não é causada apenas pela falta de comida, mas por uma combinação de fatores como pobreza, saneamento precário, baixa escolaridade e dificuldade de acesso à saúde.
- Apesar dos avanços nas últimas décadas, retrocessos recentes mostram que é preciso reforçar e adaptar as políticas públicas para proteger as crianças que mais precisam.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!