Novas tecnologias ajudam a identificar o diabetes mais cedo nas crianças

Conheça os avanços que estão facilitando o diagnóstico precoce do diabetes infantil, desde exames tradicionais até tecnologias emergentes.

Diagnóstico precoce: por que é tão importante?

Detectar o diabetes nas crianças antes que surjam complicações graves é essencial. 

Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as chances de evitar crises como a cetoacidose diabética. Felizmente, a medicina está avançando e já existem tecnologias capazes de identificar o problema antes mesmo de os sintomas clássicos aparecerem.

Como o diabetes costuma ser diagnosticado

Os exames mais comuns para detectar o diabetes são:

  • Glicemia de jejum (quando o açúcar no sangue é medido após jejum);
  • Teste de glicemia casual com sintomas (glicemia ≥ 200 mg/dL);
  • Teste oral de tolerância à glicose (exame feito em jejum e depois da ingestão de açúcar);
  • Hemoglobina glicada (HbA1c), que mostra como está o controle da glicose nos últimos meses.

Apesar de eficientes, esses exames nem sempre conseguem detectar o diabetes muito no começo. Por isso, outras estratégias têm sido usadas para identificar a doença antes que ela traga riscos à saúde da criança.

👉 A nova geração de exames permite detectar alterações no sangue antes mesmo de a criança apresentar os primeiros sintomas visíveis.

 Exames que identificam o risco antes dos sintomas

Um grande avanço no diagnóstico do diabetes tipo 1 é o uso dos autoanticorpos. Eles mostram que o corpo está começando a atacar as células do pâncreas, o que pode indicar o início da doença. Os autoanticorpos mais usados são:

  • Anti-GAD65
  • Anti-insulina (IAA)
  • Anti-IA2
  • Anti-ZnT8

Crianças com dois ou mais desses autoanticorpos têm grande chance de desenvolver diabetes nos anos seguintes. Por isso, esse tipo de exame é importante para quem tem casos de diabetes tipo 1 na família.

Além disso, exames genéticos já conseguem indicar se a criança tem mais chance de desenvolver a doença. Com isso, é possível fazer um acompanhamento mais próximo, mesmo que a glicemia esteja normal.

Tecnologias novas e promissoras

A ciência está desenvolvendo formas cada vez menos invasivas de identificar o diabetes, como:

  • Análise da saliva ou do suor, que pode mostrar alterações metabólicas antes dos sintomas;
  • Aplicativos e inteligência artificial, que cruzam informações de exames, sintomas e histórico familiar para indicar risco;
  • Sensores de glicose contínua, que monitoram o açúcar no sangue ao longo do dia e mostram se há variações fora do padrão, mesmo antes do diagnóstico formal.

Um estudo internacional mostrou que uma combinação de exames da saliva e algoritmos inteligentes conseguiu detectar o risco de diabetes com mais de 80% de precisão, mesmo antes da criança se sentir mal.

E o diabetes tipo 2? Como identificar cedo?

No caso do diabetes tipo 2, que tem aumentado entre crianças e adolescentes, a atenção deve ser voltada a:

  • Crianças com excesso de peso;
  • Presença de acantose nigricans (manchas escuras no pescoço ou dobras);
  • Histórico familiar da doença.

Nestes casos, além da glicemia e da hemoglobina glicada, alguns marcadores do sangue como proteína C-reativa podem ajudar a prever o risco. A combinação desses fatores pode apontar quem deve fazer exames mais detalhados.

 Brasil já usa essas tecnologias?

Sim, algumas dessas ferramentas já estão disponíveis em grandes centros de saúde e universidades. Por exemplo:

  • O projeto “Conhecer para Prevenir”, da Universidade de São Paulo (USP), monitora familiares de pessoas com diabetes tipo 1 para detectar precocemente a doença em crianças;
  • Algumas cidades estão usando aplicativos de rastreamento de risco em adolescentes com obesidade;
  • Grupos de pesquisa brasileiros participam de redes internacionais que estudam formas de prever o diabetes antes dos sintomas.

👉 Mesmo com os desafios de acesso no Brasil, já temos experiências positivas com o uso de novas tecnologias para diagnóstico precoce.

 Tecnologia a favor da prevenção

Com o apoio da ciência e da tecnologia, está se tornando possível identificar o diabetes infantil de forma mais rápida e eficaz. 

O uso de autoanticorpos, exames genéticos e ferramentas digitais pode transformar o cenário atual e reduzir significativamente os casos graves no momento do diagnóstico. 

O desafio agora é expandir esse acesso para todo o país e garantir que mais crianças recebam o cuidado que precisam, no tempo certo.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • O diagnóstico precoce do diabetes tipo 1 pode evitar complicações graves como a cetoacidose diabética.
  • Exames de autoanticorpos e ferramentas tecnológicas permitem identificar o risco antes mesmo dos sintomas aparecerem.
  • Ampliar o acesso a essas tecnologias é essencial para proteger mais crianças em todo o país.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!