Por que a pressão alta virou um problema comum na infância?
Saiba por que a hipertensão deixou de ser rara na infância e descubra os hábitos e fatores que estão por trás do aumento dos casos.

Pressão alta em crianças: o que mudou?
Antes, ouvir que uma criança tinha pressão alta era algo raro. Hoje, infelizmente, isso virou parte da realidade de muitas famílias. Em várias partes do mundo, o número de crianças com hipertensão quase quadruplicou nas últimas décadas.
No Brasil, estudos mostram que quase 1 em cada 10 adolescentes já tem pressão alta. E a grande maioria dos casos não está ligada a doenças nos rins ou hormônios, mas sim ao estilo de vida.
Isso significa que a pressão alta em crianças e adolescentes deixou de ser exceção. É reflexo de como a infância mudou.
Obesidade infantil: a principal causa
O excesso de peso é o principal fator de risco para pressão alta em crianças. No Brasil, 3 em cada 10 crianças entre 5 e 10 anos estão com sobrepeso ou obesidade.
E por que isso eleva a pressão?
Porque a gordura em excesso, especialmente na barriga, não é inofensiva. Ela libera substâncias que:
- Aumentam a inflamação no corpo
- Afetam os vasos sanguíneos
- Interferem nos hormônios que controlam a pressão
- Alteram o funcionamento dos rins
👉 A obesidade funciona como uma fábrica silenciosa de substâncias que elevam a pressão — e esse efeito começa já na infância.
A alimentação mudou — e muito
Hoje, a alimentação das crianças está repleta de produtos industrializados, cheios de sal, açúcar e gordura. Exemplos comuns:
- Bolachas recheadas
- Salsichas e embutidos
- Refrigerantes e sucos de caixinha
- Salgadinhos e macarrão instantâneo
Esses alimentos têm muito mais sal do que o corpo infantil precisa. A média de consumo de sódio das crianças brasileiras é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Além disso, falta comida de verdade no prato: frutas, legumes, verduras, arroz integral e feijão são cada vez mais deixados de lado.
👉 Comer bem é um dos jeitos mais simples e poderosos de proteger o coração — desde cedo.
Crianças se mexem menos e usam telas demais
Outro grande motivo para o aumento da pressão alta é o sedentarismo.
Só 2 em cada 10 adolescentes brasileiros praticam o mínimo de atividade física recomendado (60 minutos por dia).
Ao mesmo tempo, o uso de telas (celular, TV, tablet) só cresce. Quanto mais tempo parado em frente às telas, maiores os riscos de:
- Dormir mal
- Comer mais besteiras
- Se exercitar menos
- Ficar mais estressado
Estudos mostram que o tempo de tela está diretamente relacionado à pressão alta em crianças, mesmo naquelas que não estão acima do peso.
Outros fatores que também pesam

Além da alimentação, do peso e da atividade física, outros fatores menos visíveis também aumentam o risco:
- Poluição do ar: crianças expostas à poluição têm maior chance de ter pressão alta, mesmo sem perceber.
- Estresse: ambientes familiares tensos, muita cobrança escolar ou pouca convivência com adultos afetuosos também afetam o corpo da criança.
- Sono ruim: dormir pouco ou mal pode alterar a pressão desde cedo.
- Histórico familiar: quando pais, avós ou tios têm hipertensão, a criança tem mais risco — principalmente se o estilo de vida também for desfavorável.
👉 O corpo da criança é sensível ao ambiente em que vive. Cuidar da alimentação, do sono, do afeto e do ar que respira também é cuidar da saúde do coração.
A pressão alta na infância não é mais um caso isolado
Ela é fruto de um estilo de vida moderno que precisa ser revisto: menos comida ultraprocessada, mais movimento, mais comida de verdade, menos estresse e mais acolhimento.
Com informação e mudanças simples no dia a dia, é possível reverter essa tendência e garantir um crescimento mais saudável — por dentro e por fora.
🧬 O que aprendemos hoje?

- A pressão alta em crianças está cada vez mais comum — e muitas vezes está ligada ao estilo de vida, não a doenças.
- Alimentação rica em ultraprocessados, sedentarismo e sono ruim são grandes vilões para o coração infantil.
- Com mudanças simples no dia a dia, é possível prevenir a hipertensão desde cedo e garantir um desenvolvimento mais saudável.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!