Entenda como falar com crianças sobre saúde sem causar vergonha
Saiba como falar com as crianças sobre saúde de forma simples e carinhosa, sem causar vergonha, e ajude a proteger a autoestima desde cedo.

É preciso ter cuidado ao falar de saúde
Falar sobre obesidade infantil pode ser difícil. Se não for feito com cuidado, pode causar tristeza, vergonha e problemas emocionais na criança. Por isso, é importante aprender como conversar sobre saúde de forma acolhedora e positiva.
Vamos saber mais sobre isso?
Falar com cuidado faz toda a diferença
Quando adultos usam palavras como “gordo” ou “problema de peso”, mesmo sem querer, podem machucar a criança. O ideal é trocar por frases como:
- “Vamos cuidar da nossa saúde.”
- “Vamos comer o que ajuda nosso corpo a crescer.”
- “Vamos brincar para ter mais energia.”
Evite falar de aparência. Fale de saúde, energia, bem-estar. Isso ajuda a criança a se sentir valorizada e protegida.
Fique atento a sinais de sofrimento emocional

Crianças com sobrepeso podem sentir tristeza e vergonha antes mesmo de aparecerem problemas de saúde. Veja alguns sinais:
- Deixou de brincar com os amigos?
- Está com sono desregulado?
- Come demais quando está triste?
- Está mais irritada ou isolada?
Se perceber algo assim, procure apoio profissional. O cuidado com a saúde mental é tão importante quanto o cuidado com o corpo.
Como os profissionais podem ajudar as famílias
Médicos e educadores podem conversar com a família com empatia. Uma boa técnica é usar entrevista motivacional, que foca a escuta e a parceria. Em vez de dizer “vocês precisam mudar”, que tal perguntar:
- “O que vocês acham que está funcionando bem na alimentação da família?”
- “O que vocês gostariam de mudar?”
Quando os pais sentem que não estão sendo julgados, fica mais fácil conversar e agir.
Como evitar o bullying e a vergonha
Infelizmente, crianças com sobrepeso muitas vezes sofrem com apelidos, exclusão e até maus-tratos. Isso pode piorar o problema. Para evitar isso:
- Fale com respeito sobre o corpo da criança.
- Nunca critique o corpo dela, nem o de outras pessoas.
- Fale de escolhas saudáveis, não de peso.
- Envolva a família toda nas mudanças.
- Ensine a criança a gostar do próprio corpo.
Quando a criança se sente amada e respeitada, ela tem mais força para fazer mudanças positivas.
O que fazer para ajudar de verdade
A melhor ajuda é criar um ambiente saudável:
- Incentive a atividade física por prazer (dança, jogo, brincadeira)
- Prepare refeições simples e equilibradas em família
- Crie momentos de conversa à mesa, sem distrações
- Ensine que todos os corpos são diferentes e merecem respeito
Programas que focam a saúde e não o peso têm mais chance de sucesso e trazem mais bem-estar para toda a família.
🧬 O que aprendemos hoje?

- Falar sobre saúde com cuidado protege a autoestima da criança.
- Emoções e comportamentos também sinalizam que algo não vai bem.
- Profissionais podem apoiar com escuta ativa e sem julgamentos.
- A mudança começa com respeito, acolhimento e um ambiente saudável.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, a gente acredita: crescer com saúde é mais legal!
📚 Referências Bibliográficas
- Puhl RM, Lessard LM. Early Psychological Impacts of Weight Stigma in Childhood: Associations with Mental and Physical Health. J Dev Behav Pediatr. 2020;41(7):569-578.
- Pont SJ, Puhl R, Cook SR, et al. Stigma Experienced by Children and Adolescents With Obesity. Pediatrics. 2017;140(6):e20173034.
- Rankin J, Matthews L, Cobley S, et al. Psychological consequences of childhood obesity: psychiatric comorbidity and prevention. Adolesc Health Med Ther. 2016;7:125-146.
- Resnicow K, McMaster F, Bocian A, et al. Motivational interviewing and dietary counseling for obesity in primary care: an RCT. Pediatrics. 2015;135(4):649-657.
- Barlow SE, Expert Committee. Expert committee recommendations regarding the prevention, assessment, and treatment of child and adolescent overweight and obesity: summary report. Pediatrics. 2007;120(Suppl 4):S164-S192.
- Puhl RM, Latner JD. Stigma, obesity, and the health of the nation’s children. Psychol Bull. 2007;133(4):557-580.
- Goldschmidt AB, Wilfley DE, Paluch RA, et al. Indicated prevention of adult obesity: How much weight change is necessary for normalization of weight status in children? JAMA Pediatr. 2013;167(1):21-26.
- Tylka TL, Annunziato RA, Burgard D, et al. The weight-inclusive versus weight-normative approach to health: evaluating the evidence for prioritizing well-being over weight loss. J Obes. 2014;2014:983495.