Obesidade Infantil: número de crianças acima do peso aumentou 400% no Brasil

Sabia que hoje o Brasil enfrenta uma verdadeira epidemia de obesidade infantil? Esse problema cresceu muito rápido nos últimos anos e já é um dos maiores desafios para a saúde das crianças brasileiras. Antigamente, a obesidade era mais comum em países ricos. Mas agora ela está em todo lugar — e isso preocupa médicos, escolas e famílias inteiras.

Imagine um estádio de futebol com 50 mil pessoas. Agora imagine esse estádio cheio só de crianças, e 20 mil delas com excesso de peso. É mais ou menos isso que está acontecendo no Brasil. A obesidade infantil cresceu 400% no nosso país! É uma das maiores mudanças de saúde que já vimos por aqui(1).

Como a obesidade infantil cresceu tanto?

  • Há 40 anos, apenas 4 em cada 100 crianças brasileiras estavam acima do peso(2).
  • Hoje, mais de 1 em cada 3 crianças está com excesso de peso(2).

Onde isso mais acontece no Brasil?

A obesidade infantil está espalhada pelo Brasil inteiro, mas é mais comum nas regiões Sul e Sudeste(5).

  • 35% das crianças do Sul estão acima do peso(5).
  • No Nordeste, esse número é menor, mas está crescendo rápido(5).

Em cidades grandes como São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre, os números são ainda mais altos. Na cidade grande ou no interior, onde a vida é mais parada e a comida rápida é mais fácil de encontrar, o problema fica ainda maior(3).

Quem está mais em risco?

  • As crianças entre 5 e 9 anos são as que mais estão sofrendo com obesidade(2).
  • Entre adolescentes, os meninos têm um pouquinho mais de obesidade do que as meninas(3).

O Brasil já aparece entre os 20 países do mundo onde o problema mais cresceu nas últimas décadas(7).

Se nada mudar, a previsão é que até metade das crianças brasileiras esteja com excesso de peso até 2030(9).

E isso traz muitos riscos para a saúde:

  • Pressão alta
  • Diabetes
  • Dificuldade para brincar
  • Tristeza e baixa autoestima

Por que isso está acontecendo?

São vários motivos juntos:

  • Alimentação rica em comidas industrializadas, doces e refrigerantes(6).
  • Pouco tempo para brincar e se movimentar(3).
  • Muitas horas na frente da tela (celular, tablet e TV)(3).
  • Falta de espaços seguros para brincadeiras ao ar livre.

Tudo isso deixa o corpo mais pesado e a saúde das crianças mais frágil.

Como podemos mudar essa história?

A boa notícia é que dá pra mudar! Com pequenas atitudes no dia a dia, a gente ajuda a criança a crescer mais forte e feliz.

Dicas do Clube da Saúde Infantil:

✅ Incentivar a alimentação saudável (frutas, legumes, água).
✅ Brincar mais: pular, correr, dançar, jogar bola.
✅ Reduzir o tempo de telas.
✅ Fazer visitas regulares ao posto de saúde.

O que aprendemos hoje?

  • A obesidade infantil cresceu muito rápido no Brasil e já afeta mais de 1 em cada 3 crianças.
  • As causas vão além da alimentação e envolvem hábitos, sedentarismo e o ambiente em que as crianças vivem.
  • Com ações simples no dia a dia, é possível prevenir e cuidar da obesidade infantil antes que ela cause problemas mais sérios.

Referências Bibliográficas:

  1. Ministério da Saúde. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2020.
  2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2019.
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2019. Rio de Janeiro: IBGE; 2020.
  4. World Health Organization. Growth reference data for 5-19 years. Geneva: WHO; 2007.
  5. Bloch KV, Klein CH, Szklo M, Kuschnir MCC, Abreu GA, Barufaldi LA, et al. ERICA: prevalências de hipertensão arterial e obesidade em adolescentes brasileiros. Rev Saúde Pública. 2016;50(supl 1):9s.
  6. Conde WL, Monteiro CA. Nutrition transition and double burden of undernutrition and excess of weight in Brazil. Am J Clin Nutr. 2014;100(6):1617S-22S.
  7. World Health Organization. Report of the Commission on Ending Childhood Obesity. Geneva: WHO; 2016.
  8. NCD Risk Factor Collaboration. Worldwide trends in body-mass index, underweight, overweight, and obesity from 1975 to 2016. Lancet. 2017;390(10113):2627-42.
  9. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. São Paulo: ABESO; 2016.