Sinais de risco: o que os hábitos da criança dizem sobre a saúde
Descubra quais comportamentos do dia a dia podem indicar risco de obesidade infantil antes mesmo de o peso aumentar — e como agir cedo.

Sinais de comportamento que alertam para o risco de obesidade infantil
Você sabia que certos comportamentos da criança podem ser sinais de alerta para o sobrepeso, antes mesmo de o corpo mudar visivelmente?
Sim! Muito antes de a balança subir ou as roupas apertarem, atitudes no dia a dia já mostram que algo pode estar fora do equilíbrio.
Esses sinais são importantes para que pais, educadores e profissionais da saúde possam agir cedo — e ajudar a criança a crescer com mais saúde.
Comportamento à mesa: quando a comida vira refúgio
Algumas crianças comem por impulso, outras comem para lidar com a tristeza ou o tédio.
👉 Isso se chama alimentação emocional e é mais comum do que parece.
Outros sinais incluem:
- Comer muito rápido ou escondido
- Preferir doces e salgadinhos no lugar das refeições
- Comer mesmo sem fome, por ansiedade ou recompensa
📌 Estudos mostram que 3 em cada 10 crianças com sobrepeso já apresentam algum comportamento compulsivo com comida (1).
E atenção! Beber refrigerante ou sucos artificiais todos os dias aumenta em 60% o risco de obesidade (2).
Mexer o corpo faz falta: a importância do movimento

Crianças precisam se movimentar — correr, pular, brincar!
Mas nem sempre isso acontece.
🛋️ Muitas preferem ficar sentadas, com o celular ou a TV.
🔍 Sinais de alerta:
- Evitar brincadeiras ativas
- Cansar rápido com atividades simples
- Passar horas em frente a telas
Apenas 2 em cada 10 crianças brasileiras praticam o mínimo de atividade física diária recomendado (5).
E isso pode aumentar — e muito — o risco de sobrepeso.
Sono ruim também pesa na balança
Dormir pouco afeta mais do que o humor da criança.
😴 Quando uma criança dorme menos do que precisa:
- O corpo libera mais grelina (que dá fome)
- E reduz a leptina (que dá saciedade)
Isso faz com que ela coma mais e se sinta menos satisfeita.
👉 Dormir menos de 10 horas por noite aumenta em 89% o risco de obesidade infantil (8).
Hábitos da família influenciam muito
Como a família se relaciona com a comida também impacta a criança.
⚠️ Sinais de alerta no ambiente familiar:
- Comer vendo TV todos os dias
- Usar doce como prêmio
- Forçar a criança a comer tudo, mesmo sem fome
- Restringir demais certos alimentos, gerando compulsão
Quando não há rotina para as refeições ou quando se come com distrações, como celular ou TV, a tendência é comer mais do que o necessário — e alimentos de baixa qualidade.
Tela demais, saúde de menos

Crianças que passam muito tempo em frente às telas têm mais chance de engordar.
📺 Isso acontece por vários motivos:
- Se movimentam menos
- Comem mais distraidamente
- Dormem pior
- São bombardeadas por propagandas de comidas ultraprocessadas
📊 A cada hora extra de tela por dia, o IMC da criança pode subir até 0,5 ponto (12).
Mas a boa notícia é que reduzir 30 minutos diários de tela já ajuda a melhorar o peso!
🧬 O que aprendemos hoje?

- Antes mesmo de o corpo mudar, certos comportamentos já indicam risco de obesidade.
- Sono ruim, pouco movimento, alimentação emocional e excesso de telas são sinais importantes de alerta.
- Os hábitos da família fazem muita diferença — pequenas mudanças no dia a dia podem ajudar a prevenir o sobrepeso.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!
📚 Referências Bibliográficas
- Tanofsky-Kraff M et al. (2004). Eating-disordered behaviors and body fat. J Consult Clin Psychol.
- Ministério da Saúde (2020). Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar.
- Jansen PW et al. (2012). Int J Behav Nutr Phys Act.
- IBGE (2020). Pesquisa de Orçamentos Familiares.
- WHO (2019). Guidelines on physical activity for children.
- SBP (2017). Promoção da Atividade Física.
- Telama R et al. (2014). Med Sci Sports Exerc.
- Fatima Y et al. (2015). Obes Rev.
- Ventura AK, Birch LL (2008). Int J Behav Nutr Phys Act.
- Fiese BH et al. (2012). Econ Hum Biol.
- Robinson TN et al. (2017). Pediatrics.
- SBP (2019). Manual: Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital.