Sobrepeso infantil: o que falta para os profissionais de saúde identificarem mais cedo?
Descubra como pediatras e equipes de saúde atuam na detecção precoce do sobrepeso infantil e o que pode ser melhorado no atendimento.

A importância da atenção nos primeiros sinais
Médicos, enfermeiros e nutricionistas têm um papel essencial na identificação precoce do sobrepeso infantil. São eles que acompanham o crescimento nas consultas e podem orientar a família no momento certo.
Mas para isso acontecer, é preciso ter tempo, estrutura e conhecimento.
O que dizem os protocolos?
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria:
- Toda consulta deve considerar peso, altura, IMC e uso das curvas de crescimento(1)
- A circunferência da barriga também deve ser medida quando há risco
✨ O acompanhamento frequente muda conforme a idade:
- Bebês: mensal até 6 meses, depois a cada 3 meses
- Crianças de 2 a 5 anos: a cada 6 meses
- Acima de 6 anos: anual, ou semestral se houver risco (3)
⚠️ Mesmo assim, menos da metade das crianças no Brasil tem avaliação completa nas consultas (5)
Faltam tempo, equipamentos e formação
Estudos mostram que:
- Apenas 58% dos médicos se sentem preparados para avaliar o sobrepeso infantil (6)
- As consultas duram em média 15 minutos (9)
Outros problemas enfrentados:
- Faltam balanças, fitas e outros materiais adequados
- Não há sistemas para acompanhar o crescimento ao longo do tempo
- Há medo de falar sobre o tema com as famílias sem causar constrangimento
✨ Cursos e treinamentos em nutrição infantil ajudam muito (7).
Quando o trabalho é em equipe, o resultado melhora

Quando o atendimento é feito por pediatras, nutricionistas e educadores físicos juntos, a chance de identificar cedo o sobrepeso aumenta muito (11).
Cada profissional olha para um aspecto:
- O médico avalia peso, altura e saúde geral
- O nutricionista investiga o que a criança está comendo
- O educador físico observa como está a movimentação e o corpo da criança
Essa “troca de olhares” melhora o cuidado e permite agir antes que o problema cresça (13).
Experiências que dão certo
Cidades que investiram nesse modelo de atendimento têm:
- Mais casos de sobrepeso detectados cedo
- Menos crianças evoluindo para obesidade (14)
E como conseguir fazer isso com poucos recursos?
- Treinar os profissionais das unidades de saúde da família
Compartilhar casos entre especialistas e equipes locais (15)
🧬 O que aprendemos hoje?
- Profissionais de saúde são essenciais na detecção precoce
- Faltam estrutura e tempo para um atendimento ideal
- O trabalho em equipe é mais eficaz
- Investir em formação e apoio pode mudar o cenário
Aqui no Clube da Saúde Infantil, a gente acredita: crescer com saúde é mais legal!

📚 Referências Bibliográficas
- SBP. Obesidade na infância. São Paulo: SBP; 2019.
- Ministério da Saúde. Protocolos SISVAN. Brasília: MS; 2020.
- WHO. Growth reference data. Geneva: WHO; 2018.
- Monteiro POA, Victora CG. Rapid growth and obesity. Obes Rev. 2018.
- Enes CC, et al. Vigilância alimentar na atenção básica. Ciênc Saúde Coletiva. 2021.
- Almeida LM, et al. Desafios na atenção primária. Rev Gestão Saúde. 2020.
- ABESO. Diretrizes de Obesidade. São Paulo: ABESO; 2022.
- Jaime PC, et al. Alimentação e SUS. Ciênc Saúde Coletiva. 2018.
- Scherer F, et al. Barreiras na atenção primária. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2021.
- Nascimento VG, et al. Sobrepeso em pré-escolares. São Paulo Med J. 2021.
- Rajjo T, et al. Pediatric obesity treatment. J Clin Endocrinol Metab. 2017.
- Cardoso LO, et al. Padrões alimentares no ELSA-Brasil. Cad Saúde Pública. 2020.
- OPAS. Plano contra obesidade. Washington, DC: OPAS; 2019.
- Dias PC, et al. Políticas contra obesidade. Cad Saúde Pública. 2017.
- Bortolini GA, et al. Ações na atenção primária. Rev Panam Salud Publica. 2020.