Como identificar sinais de diabetes em bebês e crianças pequenas
Irritabilidade, fraldas encharcadas e perda de peso podem ser sinais de diabetes em bebês. Saiba como reconhecer os sintomas.

Por que é difícil descobrir o diabetes em bebês?
Diferente das crianças maiores, bebês e crianças pequenas não conseguem dizer o que estão sentindo. Por isso, os sinais de diabetes tipo 1 podem parecer apenas fases normais da infância — e isso atrasa o diagnóstico.
Estudos mostram que, em bebês menores de 2 anos, o diagnóstico demora até o dobro do tempo em comparação com crianças mais velhas. Isso aumenta o risco de complicações graves, como a cetoacidose diabética (1).
Sintomas diferentes que precisam de atenção
Os sinais de diabetes em bebês e crianças pequenas são sutis e muitas vezes confundidos com cólicas, dentição ou comportamento agitado. Alguns dos mais comuns são:
- Irritabilidade sem motivo aparente
- Sono agitado ou despertares noturnos frequentes
- Fadiga ou apatia (a criança parece sem energia)
- Infecções frequentes, como assaduras por fungo que não melhoram (2,3,4)
Outro sinal importante é o atraso ou regressão no desenvolvimento: a criança pode parar de engatinhar, falar menos ou parecer desinteressada nas brincadeiras (5).
Sinais específicos em bebês
Os bebês podem mostrar sinais diferentes dos que vemos em crianças maiores. Fique atento a:
- Fraldas muito molhadas: os pais relatam que precisam trocar as fraldas com muito mais frequência do que o normal (6).
- Perda de peso ou falta de ganho, mesmo comendo bem (7).
- Sede estranha: o bebê pode chorar muito e só se acalmar quando mama ou bebe água; pode também acordar várias vezes durante a noite pedindo mamadeira (8).
Esses sinais são formas diferentes de mostrar poliúria (muito xixi), polidipsia (muita sede) e perda de peso – sintomas clássicos do diabetes tipo 1.
Por que o diagnóstico é tão difícil?
Muitos desses sintomas parecem comuns no dia a dia de bebês. Isso pode confundir até os profissionais de saúde. Um estudo mostrou que 42% das crianças pequenas com diabetes receberam um diagnóstico errado antes do certo. As confusões mais comuns são com viroses, alergias ou problemas comportamentais (9,10).
Além disso, bebês não falam – então os pais precisam observar com muita atenção mudanças no comportamento, como:
- Choros mais frequentes
- Menor interesse por brincar
- Ficar mais quietos ou mais agitados do que o normal
A importância do olhar dos pais
Os pais são os primeiros a notar quando algo está diferente. Em quase 2 de cada 3 casos, foram os pais que insistiram em levar a criança ao médico e pediram exames, mesmo quando os sinais pareciam leves (11).
Se o seu bebê ou criança pequena apresentar vários desses sinais ao mesmo tempo, vale a pena pedir ao pediatra que verifique a glicemia com um simples exame de sangue.
Observar é crucial
O diabetes tipo 1 pode aparecer ainda nos primeiros anos de vida. Quanto mais cedo for descoberto, melhor será o tratamento e menor o risco de complicações.
Os sinais em bebês podem ser diferentes dos clássicos – por isso, observar o comportamento da criança é essencial.
🧬 O que aprendemos hoje?

- Em bebês, o diabetes tipo 1 pode se manifestar com sinais diferentes dos clássicos — como irritabilidade, sono agitado e fraldas muito molhadas.
- Esses sintomas são facilmente confundidos com fases comuns da infância, o que atrasa o diagnóstico e aumenta o risco de complicações.
- O olhar atento dos pais faz toda a diferença: perceber mudanças no comportamento e insistir em investigar pode salvar vidas.
Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!
📚 Referências Bibliográficas
- Sundberg F et al. Pediatr Diabetes. 2017;18(7):499-517.
- Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes SBD 2019-2020.
- Barker JM et al. Diabetes Care. 2004;27(6):1399-404.
- Maahs DM et al. Endocrinol Metab Clin North Am. 2010;39(3):481-97.
- Triolo TM et al. Diabetes Care. 2011;34(5):1211-3.
- Negrato CA et al. J Endocrinol Invest. 2010;33(6):373-7.
- Della Manna T et al. Rev Assoc Med Bras. 2016;62(6):594-601.
- Liberatore RR, Damiani D. J Pediatr (Rio J). 2006;82(4):249-54.
- Klingensmith GJ et al. J Pediatr. 2013;162(2):330-4.
- Oliveira JEP et al. Diretrizes SBD 2017-2018.
- Usher-Smith JA et al. BMJ. 2011;343:d4092.