Obesidade Infantil: como reconhecer os primeiros sinais físicos

Descubra os sinais visíveis que ajudam a identificar o sobrepeso infantil logo no início e saiba como agir de forma respeitosa e eficaz.

Sinais que ajudam a identificar o sobrepeso nas crianças 

Quando falamos em obesidade infantil, muita gente pensa apenas no peso na balança. Mas o corpo dá sinais antes disso! 

Aprender a observar essas “bandeiras vermelhas” pode ajudar pais, professores e profissionais de saúde a agir mais cedo, evitando que o problema avance.

👉 O segredo é ficar de olho nas mudanças no corpo da criança – como ela cresce, onde acumula gordura e como a pele reage.

Quais mudanças no corpo da criança merecem atenção especial?

Distribuição de gordura: o corpo fala 

Nem toda gordura é igual. Crianças com acúmulo de gordura na barriga (gordura abdominal) têm mais risco de desenvolver problemas como diabetes e pressão alta, mesmo que não pareçam muito acima do peso (1).

👉 Um dos jeitos de medir isso é pela circunferência da barriga. Se ela estiver acima do esperado para a idade da criança, vale o alerta (2).

Outro sinal importante é a acantose nigricans: manchas escuras e grossas no pescoço, axilas ou virilha. Elas parecem sujeira, mas não saem com banho e podem indicar que o corpo está produzindo muita insulina (3).

Outros sinais físicos que merecem atenção:

  • Estrias roxas na barriga ou coxas
  • Pequenas “bolinhas” na pele (papilomas)
  • Postura alterada: pernas em X, pés muito chatos

Mudanças na curva de crescimento 

Os profissionais de saúde usam as curvas de crescimento para ver se a criança está ganhando peso e altura de forma equilibrada. Quando a linha do peso sobe mais rápido que a da altura, é sinal de alerta (4).

👉 Se em um ano a criança “pula” dois ou mais níveis na tabela de peso, é hora de investigar melhor.

Outro ponto importante é o chamado “rebote de adiposidade” – quando o IMC da criança volta a subir depois de uma queda natural. Isso costuma acontecer entre 5 e 7 anos. Quando esse aumento acontece antes dos 5 anos, o risco de obesidade futura é bem maior (5).

Diferenças entre meninos e meninas 

Meninos geralmente acumulam gordura mais na barriga. Já as meninas tendem a ter gordura nos quadris e coxas (6).

Na adolescência, essas diferenças aumentam:

  • Meninos podem ter aumento nas mamas (ginecomastia)
  • Meninas podem ter menstruação irregular ou pelos em excesso (7)

Por isso, o olhar atento ao corpo é importante em todas as idades – mas precisa ser feito com respeito e cuidado.

Um olhar completo faz a diferença 

Observar um único sinal não basta. Mas quando vários aparecem juntos, o risco aumenta. Outros sinais físicos que podem indicar sobrepeso:

  • Ronco ou respiração pela boca durante o sono
  • Dificuldade para encontrar roupas que sirvam
  • Cansaço rápido para brincar ou correr

Tudo isso precisa ser avaliado por um profissional de saúde, de forma gentil e sem julgamentos.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • O corpo da criança dá sinais antes que o peso na balança mostre um problema.
  • Observar a distribuição de gordura, a curva de crescimento e outras mudanças físicas pode ajudar a identificar o sobrepeso mais cedo.
  • Um olhar atento e acolhedor é essencial para agir a tempo e proteger a saúde da criança.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!

📚 Referências Bibliográficas

  1. Wajchenberg BL. Subcutaneous and visceral adipose tissue: their relation to the metabolic syndrome. Endocr Rev. 2020;21(6):697-738.
  2. Sociedade Brasileira de Pediatria. Obesidade na infância e adolescência – Manual de Orientação. Departamento de Nutrologia. 3ª ed. São Paulo: SBP; 2019.
  3. Kluczynik CEN, Mariz LS, Souza LCF, Solano GB, Albuquerque FCL, Medeiros CCM. Acanthosis nigricans and insulin resistance in overweight children and adolescents. An Bras Dermatol. 2018;87(4):531-7.
  4. Geserick M, Vogel M, Gausche R, Lipek T, Spielau U, Keller E, et al. Acceleration of BMI in early childhood and risk of sustained obesity. N Engl J Med. 2018;379(14):1303-12.
  5. Rolland-Cachera MF, Deheeger M, Maillot M, Bellisle F. Early adiposity rebound: causes and consequences for obesity in children and adults. Int J Obes. 2019;30(4):S11-7.
  6. Taylor RW, Grant AM, Williams SM, Goulding A. Sex differences in regional body fat distribution from pre- to postpuberty. Obesity. 2018;18(7):1410-6.
  7. Rosenfield RL. The diagnosis of polycystic ovary syndrome in adolescents. Pediatrics. 2019;136(6):1154-65.
  8. Wearing SC, Hennig EM, Byrne NM, Steele JR, Hills AP. The impact of childhood obesity on musculoskeletal form. Obes Rev. 2018;7(2):209-18.