Tratamento multidisciplinar: o que funciona de verdade contra a obesidade?

Entenda como o trabalho em equipe entre profissionais de saúde torna o tratamento da obesidade infantil mais eficaz, duradouro e completo.

O que dizem os estudos sobre o tratamento multidisciplinar?

Pesquisas com milhares de pessoas mostram que quem participa de um programa com vários profissionais perde mais peso e tem mais saúde. Em média, as pessoas conseguem perder 3 quilos a mais do que quem faz tratamento sozinho (1).

Além disso:

  • Mais gente continua o tratamento (adesão de 68% a 72%)
  • Os resultados duram mais tempo
  • A saúde geral melhora, mesmo que a perda de peso não seja grande

👉 O tratamento multidisciplinar também sai mais barato no futuro. Mesmo que o custo inicial seja maior, ele evita outras doenças, como diabetes e pressão alta, que seriam caras de tratar depois (3).

O difícil não é emagrecer. É manter o peso depois!

Perder peso é só o começo. O maior desafio é não voltar a engordar. E é aí que o tratamento multidisciplinar também se destaca.

📊 Um estudo acompanhou mais de 5 mil pessoas por 11 anos. Quem fez tratamento com equipe completa conseguiu manter a perda de peso por muito mais tempo (4).

Outro dado interessante: quase todas as pessoas que conseguiram manter o peso por mais de um ano (94%) usaram várias estratégias ao mesmo tempo, como:

  • Comer melhor
  • Fazer exercício

Ter apoio psicológico (5)

Melhoras que vão além da balança

Mesmo que a pessoa não perca muito peso, ela pode ter muito mais saúde com o tratamento completo.

Alguns benefícios:

  • Mais controle da diabetes (8)
  • Coração mais saudável
  • Menos dor nas articulações
  • Mais autoestima e qualidade de vida (9)

Essas mudanças acontecem porque o tratamento multidisciplinar cuida do corpo e da mente ao mesmo tempo. E tudo isso ajuda a criança (ou o adulto) a manter hábitos mais saudáveis por toda a vida.

O que é mais importante no tratamento?

  • Juntar nutrição com psicologia dá mais resultado do que fazer só um dos dois (10)
  • Consultas mais frequentes ajudam a ter mais resultado, especialmente no 1º ano (11)
  • Começar cuidando das emoções pode ajudar muito na hora de mudar a alimentação (12)

📌 E o melhor: não existe um único caminho que serve para todos. O segredo está em adaptar o tratamento para cada pessoa, com base nas suas necessidades.

Mas e os desafios?

Nem tudo são flores. Muitos estudos mostram resultados positivos, mas ainda há problemas:

  • Falta uma definição única de “tratamento multidisciplinar” (14)
  • A maioria das pesquisas tem mais mulheres e pessoas com menos obesidade grave
  • Muitos participantes abandonam os estudos antes do fim

Mesmo assim, os especialistas concordam: o tratamento com equipe multidisciplinar é o mais completo e eficaz que temos hoje para combater a obesidade de forma segura e duradoura.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • O tratamento multidisciplinar, feito por vários profissionais juntos, é o mais eficaz para cuidar da obesidade de forma duradoura.
  • Ele ajuda não só na perda de peso, mas também na saúde mental, no controle de doenças e na construção de hábitos sustentáveis.
  • Mesmo com desafios, essa abordagem ainda é a que oferece os melhores resultados a longo prazo, especialmente quando adaptada à realidade de cada pessoa.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!


📚 Referências Bibliográficas

  1. Wadden TA, et al. JAMA. 2014;312(17):1779-91.
  2. Teixeira PJ, et al. BMC Med. 2015;13:84.
  3. Tremmel M, et al. Int J Environ Res Public Health. 2017;14(4):435.
  4. Look AHEAD Research Group. Obesity. 2014;22(1):5-13.
  5. Thomas JG, et al. Am J Prev Med. 2014;46(1):17-23.
  6. Sniehotta FF, et al. Br J Health Psychol. 2014;19(3):459-64.
  7. Magkos F, et al. Cell Metab. 2016;23(4):591-601.
  8. Lean MEJ, et al. Lancet. 2018;391(10120):541-51.
  9. Warkentin LM, et al. Obes Rev. 2014;15(3):169-82.
  10. Johns DJ, et al. J Acad Nutr Diet. 2014;114(10):1557-68.
  11. Hartmann-Boyce J, et al. Obes Rev. 2014;15(7):598-609.
  12. Burgess E, et al. Clin Obes. 2017;7(3):123-35.
  13. Greenway FL. Int J Obes. 2015;39(8):1188-96.
  14. Dombrowski SU, et al. BMJ. 2014;348:g2646.