Gripe ou asma: como tratar cada uma da forma certa

Saiba como é o tratamento da gripe e da asma, quais são as principais diferenças entre eles e quando procurar ajuda médica.

Gripe e asma são doenças diferentes, mas que muitas vezes se confundem, principalmente quando afetam crianças. Entender como funciona o tratamento de cada uma é essencial para garantir os cuidados certos, no momento certo, e evitar complicações. 

A seguir, explicamos como tratar a asma e a gripe da forma correta.

A asma precisa de tratamento contínuo

A asma é uma doença que não tem cura, mas pode ser controlada com o uso de medicamentos. Existem dois tipos principais de remédio para a asma:

  • Remédios de controle: são usados todos os dias para evitar crises. Os mais comuns são os corticoides inalados, que ajudam a diminuir a inflamação nos pulmões.
  • Remédios de alívio: são usados quando a criança está com falta de ar ou chiado no peito. Eles agem rápido e ajudam a abrir os brônquios, facilitando a respiração.

Se a criança usa os remédios de alívio com frequência (mais de duas vezes por semana), isso é sinal de que a asma não está bem controlada. Nesses casos, é importante voltar ao médico para ajustar o tratamento.

Em situações mais graves, existem medicamentos especiais, chamados biológicos, que são indicados para crianças com asma muito difícil de controlar. Esses remédios ajudam a evitar crises e internações.

A gripe tem tratamento por tempo curto

Diferente da asma, a gripe é uma doença passageira, causada por um vírus. O tratamento da gripe tem dois focos:

  • Antivirais: são remédios que ajudam o corpo a combater o vírus. Eles só funcionam bem se forem tomados logo nos primeiros dois dias após o início dos sintomas.
  • Cuidados com os sintomas: é importante controlar a febre, descansar, beber bastante líquido e manter a alimentação leve.

Na maioria dos casos, a gripe melhora sozinha. Mas em pessoas com mais risco, como crianças pequenas ou com asma, o médico pode indicar o antiviral mesmo se a gripe estiver mais avançada.

Antibióticos não devem ser usados para tratar a gripe, a não ser que exista outra infecção junto, como uma pneumonia. Usar antibiótico sem necessidade pode causar mais problemas do que ajudar.

Qual é a principal diferença?

O tratamento da asma é feito o tempo todo, mesmo quando a criança está bem, para evitar crises. Já o tratamento da gripe é feito por poucos dias, apenas quando a criança está doente.

Outra diferença importante é que a gripe pode causar crises de asma. Por isso, se a criança asmática ficar gripada, o tratamento da asma pode precisar ser reforçado por alguns dias.

Em situações de emergência, o cuidado também é diferente. Na asma, pode ser preciso usar oxigênio e medicamentos fortes para ajudar a respirar. Na gripe, quando há complicações como pneumonia, a criança pode precisar ficar internada e tomar antivirais.

Novidades e cuidados especiais

Hoje em dia, existem novos remédios para tratar a asma mais grave, como os anticorpos monoclonais. Eles ajudam a diminuir a inflamação e reduzir o número de crises. Também existem antivirais mais modernos para gripe, que funcionam com uma única dose, especialmente indicados em casos leves.

Crianças, idosos, grávidas e pessoas com outras doenças devem ter atenção especial. Para essas pessoas, é importante tratar a gripe logo no começo e manter a asma sempre bem controlada, com acompanhamento médico.

🧬 O que aprendemos hoje?

  • A asma precisa de tratamento contínuo, com remédios diários para controle e outros para alívio rápido em caso de crise.

  • A gripe é passageira e seu tratamento foca em aliviar os sintomas e, em alguns casos, usar antivirais nos primeiros dias.

  • Crianças com asma devem redobrar os cuidados durante episódios de gripe, pois o vírus pode desencadear crises mais graves.

Aqui no Clube da Saúde Infantil, acreditamos: crescer com saúde é mais legal!

📚 Referências Bibliográficas

  1. Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention, 2023.
  2. Reddel HK, Bacharier LB, Bateman ED, et al. Global Initiative for Asthma Strategy 2021: Executive Summary.
  3. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes para o Manejo da Asma. J Bras Pneumol. 2020;46(1):e20190307.
  4. Holguin F, Cardet JC, Chung KF, et al. Management of Severe Asthma: ERS/ATS Guideline. Eur Respir J. 2020;55(1):1900588.
  5. Uyeki TM, et al. Clinical Practice Guidelines for Seasonal Influenza. Clin Infect Dis. 2019;68(6):e1-e47.
  6. Ministério da Saúde. Protocolo de Tratamento de Influenza. Brasília: MS; 2022.
  7. Dobson J, Whitley RJ, Pocock S, Monto AS. Oseltamivir for influenza in adults: meta-analysis. Lancet. 2015;385(9979):1729-37.
  8. Rodrigo GJ, Hall JB. Acute asthma in adults: a review. Chest. 2004;125(3):1081-102.
  9. Dunican EM, Fahy JV. Role of Type 2 Inflammation in Asthma Exacerbations. Ann Am Thorac Soc. 2015;12 Suppl 2:S144-S149.
  10. Hayden FG, Sugaya N, et al. Baloxavir for Uncomplicated Influenza. N Engl J Med. 2018;379(10):913-23.
  11. Schatz M, Weinberger SE. Management of asthma during pregnancy. UpToDate. 2023.